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T e x t o s & T e x t u r a s

Livro

Luciano_livros

Não adianta tentares esconder-te.

Sei que aí estás metido entre dois tomos amarelecidos.

Reconheço-te o dorso desbotado, puído pelas minhas mãos desinquietas.

Ah! Ei-lo! Aí estás, como supus.

Memórias pretas sobre pele branca (agora já não tão branca).

Abro-te, folheio-te. Saltam reminiscências.

Aqui e acolá, nódoas dúbias deformam inopinadas sílabas (se disserem que são lágrimas vertidas, negarei, sem muita convicção).

Aí estás, velho amigo.

Conservo-te sempre ancorado entre um poeta e um profeta, entre a memória e a esperança.

Vez por outra, volto a acariciar-te, a reler-te, a redescobrir-te.

Sim, redescobrir-te, porque sempre de novo te revelas novo, velho amigo.

Por isso, aí estás, e de ti não me Livro!

Luiz Carlos Ramos
—Para o Luciano—
(15.06.2013)

 

2 Comentários

  1. Da imagem ao verbo, simpatia. Do ícone ao símbolo, um índice de carinho. Encontro feliz.

    • Meu caro José Lima, seu olhos são sempre tão bons… que tornam bom o que eles veem.

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