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T e x t o s & T e x t u r a s

A Bíblia na linguagem que não é de hoje

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Biblioteca seleta das novidades sobre o bom e o belo

Bíblia = livros, biblioteca; Sagrado = separado, selecionado, seleto; Evangelho = bom+informação, novidade, notícia

(Obs.: Este é um texto vivo, portanto, inconcluso, e em crescimento… de modo que, com a devida licença dos poetas sagrados, de lá e de cá, de então e de agora, “novidade sempre há de pintar por aí”.)

⁂ ⁂ ⁂

Depois o Senhor disse:

— Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele companheira que lhe seja condigna.

O Senhor Deus havia formado da terra todos os animais selvagens e todas as aves, ele os levara ao homem para que pusesse nome neles. E ficaram com o nome que o homem lhes deu. Ele pôs nomes nas aves e em todos os animais domésticos e selvagens. Mas para Adão não se achava uma companhia que lhe fosse condigna.

Então o Senhor Deus fez com que o homem adormecesse profundamente. Enquanto ele sonhava, Deus tirou uma das suas costelas. Dessa costela o Senhor formou uma mulher. Então o homem disse:

“Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela será minha ‘mulher’ e eu serei o seu ‘homem’.”

É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa.

Ora, tanto o homem como a sua mulher estavam nus, mas não precisavam sentir vergonha. (Gênesis 2.18-23 – LCR)

[…] pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Deus dos seios maternos [no original: El Shadai], o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos das profundezas, com bênçãos dos seios e da madre. (Gênesis 49. 25 – LCR)

Ó Deus, Senhor e dono das nossas vidas,
por toda a extensão da terra tornaste notório o teu nome,
por toda a imensidão dos céus expuseste a tua majestade.

Mesmo da boca dos bebês e das criancinhas de colo
sobem até a tua presença os cânticos de louvor
que silenciam os teus inimigos e fazem calar os teus adversários.

Quando, na escuridão da noite, contemplo os teus céus,
me dou conta da obra de arte que é a lua,
e observo como são belas as estrelas,
desenhadas caprichosamente pelos dedos divinos.

Então, ponho-me a pensar: Que é o ser humano?
Sim! Quem sou eu, diante de tanto esplendor,
para que mereça ser visitado por ti, Senhor?

No entanto, ainda que por breve tempo,
nos coroaste de glória e de honra.
E, fazendo o ser humano inferior somente a ti mesmo,
deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão
e sob os seus pés tudo lhe puseste:

Ovelhas e bois, e todos os animais domésticos,
também os animais selvagens;
as aves do céu, e os peixes do mar,
e tudo o que singra as sendas dos mares.

Ó Deus, dono das nossas vidas,
Quão maravilhoso em toda a terra é o teu nome! (Salmo 8 – LCR – LCR)

O ETERNO, meu pastor, não me falta.
Aos prados verdes me leva a repousar,
aos regatos de águas mansas me ajuda a retornar
e, assim, restaura as minhas forças.
Por veredas planas/seguras me conduz
como convém ao seu nome: ETERNO Pastor.

Ainda que eu ande por vales sombrios/tenebrosos,
não sinto medo: tu vais/estás comigo.
Teu bastão e teu cajado me apascentam.

Estendes diante de mim uma mesa farta,
ofereces-me asilo em território inimigo.
Perfumas-me a cabeça com bálsamo
e generosamente enches o meu cálice até que transborde.
Tuas bondade e misericórdia me escoltam
todos os dias da minha vida;
até que eu retorne à casa do ETERNO
para lá habitar por dias sem fim. (Salmo 23 – LCR)

Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade,
antes que venham os maus dias,
e cheguem os anos dos quais dirás:
Não tenho neles prazer; […]

Antes que se rompa o fio de prata,
e se despedace o cálice de ouro,
e se quebre o cântaro junto à fonte,
e se desfaça a roda junto ao poço,
e o pó volte à terra, como o era,
e o espírito volte a Deus, que o deu.

Vaidade de vaidade, diz o Pregador, tudo é correr atrás do vento!

O Pregador, além de sábio, ainda ensinou ao povo o conhecimento; e, atentando e esquadrinhando, compôs muitos provérbios. Procurou o Pregador achar palavras agradáveis e escrever com retidão palavras de verdade.

As palavras dos sábios são como aguilhões,
e como pregos bem fixados as sentenças compiladas,
quando dadas por aquele que é o único Pastor.

Demais, filho meu, atenta:
não há limite para fazer livros,
e o muito estudar é enfado da carne.

De tudo o que se tem ouvido, a suma é:
Teme a Deus e guarda os seus mandamentos;
porque isto é o dever de todo ser humano.
Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras,
até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más. (Eclesiastes 12 – LCR)

Livro da genealogia de Jesus Cristo, criança de Davi, criança de Abraão. (Mateus 1.1 – LCR)

Esta é a lista dos avós de Jesus Cristo, netos de Davi, que era tataratatara…neto de Abraão.

Abraão foi pai do pequeno Isaque [que significava “Sorriso”], Isaque foi pai do Jacozinho, e Jacó [que significa “o que pega no pé”, porque nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão gêmeo] foi pai de Judá e dos seus irmãozinhos. Judá foi pai de Peres e de Zera, e a mãe deles se chamava Tamar [que é o nome de uma palmeira muito bonita que dá uma fruta deliciosa chamada tâmara]. Peres foi pai de Esrom, que foi pai de Arão. Arão foi pai de Aminadabe, que foi pai de Nasom, que foi pai de Salmom. Salmom foi pai de Boaz, e a mãe de Boaz foi Raabe [que significa “grande pela fé”]. Boaz foi pai de Obede, e a mãe de Obede foi Rute [que significa “amiga”]. Obede foi pai de Jessé [que significa “presente de Deus”], e esse foi o pai do menino que depois veio a ser o grande rei Davi.

Davi [que significa “amado por Deus”] e a mulher que tinha sido esposa de Urias [essa história não é nada bonita!] foram os pais do Salomãozinho. Salomão [que significa “Paz de Sião”] foi pai de Roboão, que foi pai de Abias, que foi pai de Asa. Asa [que, pelo que se saiba, nunca conseguiu voar nem fazer doutorado, mas tinha um nome que significava “doutor”] foi pai de Josafá, que foi pai de Jorão [que não tinha nada de chorão, ao contrário, era “cheio de graça”], que foi pai de Uzias. Uzias foi pai de Jotão, que foi pai de Acaz, que foi pai de Ezequias. Ezequias [que significa “fortalecido por Deus” e viveu 15 anos além da conta] foi pai de Manassés, que foi pai de Amom [péssimo rei cujo nome nem merece explicação], que foi pai de Josias [este, sim, apesar do mau exemplo do pai, quando cresceu, se tornou um ótimo rei].

Josias [que significa “restaurado/curado por Javé”] foi pai do pequeno Jeconias e dos seus irmãozinhos, no tempo em que os israelitas foram levados como prisioneiros para a Babilônia.

Depois que o povo foi levado para a Babilônia, Jeconias teve um filhinho chamado Salatiel [que significa “aquele que eu pedi a Deus”], que viria a ser o pai de Zorobabel. Zorobabel foi pai de Abiúde, que foi pai de Eliaquim, que foi pai de Azor [que, espero, não tenha tido nem dado muito azar]. Azor foi pai de Sadoque, que foi pai de Aquim, que foi pai de Eliúde. Eliúde foi pai de Eleazar, que foi pai de Matã, que foi pai de um menino que recebeu o mesmo nome de um dos seus tataravôs mais ilustres, Jacó.

Esse Jacó foi o pai do Zezinho, justo aquele que depois ficaria mundialmente conhecido como José, marido de Maria, e ela ficaria famosíssima porque seria a mãe do menino Jesus, o Messias, e Salvador do mundo.

Assim, nesta contagem, houve catorze gerações desde Abraão até Davi, e catorze, desde Davi até que os israelitas foram levados para a Babilônia. Daí até o nascimento do Messias, também houve catorze gerações. (Mateus 1.1-17 – LCR)

O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, estava prometida em casamento para José. Mas antes que estivessem morando juntos ela ficou grávida pelo Espírito Santo. José, seu noivo, era considerado um homem íntegro e por isso resolveu desmanchar o contrato de casamento discretamente, para não difamar Maria.

Enquanto José pensava em como faria isso, um mensageiro de Deus apareceu a ele num sonho e disse:

— José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela dará à luz um menino, e você porá nele o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo de todos os pecados.

Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Javé tinha dito por meio do profeta: “A jovenzinha ficará grávida e terá um filho que receberá o nome de Emanuel.” (Emanuel quer dizer “Deus está conosco”.)

Quando José acordou, fez o que o mensageiro de Deus havia ordenado e se casou com Maria. Porém não teve relações com ela até que a criança nasceu. E José pôs no menino o nome de Jesus. (Mateus 1.18-25 – LCR)

Jesus nasceu na vila de Belém, que ficava na província romana da Judeia, justo na época em que Herodes era o rei da terra de Israel.

Naquela ocasião vieram do Oriente até Jerusalém alguns homens, estudiosos das estrelas. E eles andavam por toda parte perguntando: “Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.”

Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito apreensivo, e os habitantes de Jerusalém também ficaram irrequietos. Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei para informar-se sobre o que diziam os livros sagrados sobre o local de nascimento do Messias.

Eles responderam: “Na cidade de Belém, na região da Judeia, é o que dizem os profetas:  ‘Você, Belém, da terra de Judá, / de modo nenhum é a menor / entre as principais cidades de Judá, / pois de você sairá o líder / que guiará o meu povo de Israel’.”

Então Herodes chamou secretamente os visitantes do Oriente para uma audiência privativa e perguntou-lhes qual o tempo exato em que a estrela havia aparecido; e eles lhe disseram o que sabiam. Depois os enviou a Belém com a seguinte ordem:  “Vão e recolham informações precisas sobre esse menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo.”

Depois dessa audiência com o rei, os visitantes retomaram sua jornada em busca do menino, dono da estrela. Observando o caminho da estrela no céu, viram que ela parou e eles entenderam que ela apontava o lugar onde o menino estava. Percebendo que sua jornada fora bem sucedida, eles ficaram radiante de alegria e felicidade.

E entraram no casebre iluminado pela estrela e encontraram o menino no colo de Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram suas mochilas e delas tiraram presentes e os ofereceram ao bebê: ouro, perfumes e bálsamo medicinal.

Quando se preparavam para regressar da sua viagem, num sonho, Deus os avisou para que não voltassem a encontrar-se com Herodes. Assim, escolheram um caminho diferente para voltar para a sua terra natal. (Mateus 2.1-12 – LCR)

Nesse meio tempo, durante o qual Jesus vivia com seus familiares nas regiões altas e populosas da Galiléia, João Baptista começou a pregar nas baixadas desertas da Judeia, conclamando: “Arrependam-­se! Sim! Mudem seu jeito de pensar! Revejam seus conceitos e preconceitos! Porque o reino dos céus está próximo!”

Ora, muito tempo atrás o profeta Isaías já havia predito o que agora se cumpria com João: “Um brado ecoa no deserto: Abram caminho para o Senhor passar; endireitem o trajeto que ele há­ de percorrer.”

João impressionava as gentes, pois vestia-se com roupas feitas de pelo de camelo, atadas com um cinto de couro; e o seu cardápio consistia de gafanhotos e mel silvestre.

E vinha gente de Jerusalém e de todo o vale do Jordão, e de todas as partes da Judeia, ao deserto para o ouvir pregar. Confessavam os seus pecados, e João as batizava­ no rio Jordão.

Mas, ao ver muitos fariseus e saduceus querendo também eles ser batizados, começou a advertir: “Suas víboras peçonhentas! Quem lhes disse que poderão escapar à ira futura de Deus? Antes de serem batizados, deem provas de que abandonaram de fato o pecado: produzam frutos dignos do arrependimento que vocês professam. Não pensem que vão escapar por serem judeus e se dizerem descendentes de Abraão. Isso não serve para nada! Na verdade, Deus pode transformar estas pedras, agora mesmo, em filhos de Abraão, se ele quiser!

Prestem bem atenção: Neste exato momento, o machado do julgamento de Deus está erguido para derrubar pela raiz as árvores que não dão fruto. Serão derrubadas e queimadas.

Eu batizo com água a quem se arrepende; mas já está vindo aí alguém, muito maior do que eu, ele é tão superior que eu não sou digno sequer de carregar as suas sandálias! Ele, sim, vai batizar­ vocês com o Espírito Santo e com fogo.

E mais, além do machado, ele tem nas mãos uma pá, com a qual separará a palha do grão; queimará a palha com fogo que jamais se apagará, e recolherá o grão”. (Mateus 3.1-12 – LCR)

Por esse tempo [quando João alçava sua voz no deserto], dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. João, porém, tentava dissuadi-lo dizendo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” Mas Jesus insistia: “Tenha só mais um pouco de paciência, porque é dessa maneira que nos convém cumprir toda a justiça.” João por fim concordou. Tendo sido batizado, assim que Jesus saiu da água, os céus se abriram e ele viu que o Espírito de Deus descia sobre ele como uma pomba. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: “Este é o meu Filho amado, que me enche de alegria.” (Mateus 3.13-17 – LCR)

[Depois de ter sido batizado por João] Jesus foi guiado pelo Espírito Santo deserto adentro a fim de ser tentado pelo diabo. Lá ele jejuou por quarenta dias e quarenta noites.

E foi justo quando ele estava mais faminto que o tentador se aproximou e o desafiou:
— Se você é o Filho de Deus, determine que estas pedras se transformem em pães.
Jesus respondeu:
— A Escrituras sagradas afirmam:

“Não é só de pão que depende a vida humana,
mas também de toda palavra que procede da boca de Deus.”

Em seguida o diabo levou Jesus até a Cidade Santa [Jerusalém], e o colocou no pináculo do Templo. Então disse:
— Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui abaixo, pois as Escrituras Sagradas garantem:

“Deus ordenará aos seus anjos que protejam você.
Eles vão sustentá-lo com as suas mãos,
de tal maneira que você nunca tropeçará em uma pedra sequer.”

Jesus respondeu:
— Mas as Escrituras Sagradas também dizem:

“Não provoque o Senhor, seu Deus, testando-o/tentando-o levianamente.”

Depois o diabo levou Jesus para um monte muito alto, e de lá mostrou-lhe todos os reinos do mundo e as suas grandezas e disse:
— Eu lhe darei tudo isso que você vê se você se dobrar diante de mim e me adorar.
Jesus respondeu:
— Caia fora daqui, satanás! As Escrituras Sagradas afirmam:

“Você deve adorar ao Senhor, seu Deus, única e exclusivamente
e servir somente a ele.”

Então o diabo bateu em retirada e se mandou, e em seu lugar vieram os mensageiros de Deus, verdadeiros anjos, que passaram a cuidar de Jesus e a lhe fazer companhia. (Mateus 4.1-11 – LCR)

Quando Jesus ficou sabendo que João tinha sido preso, retirou-se para a região da Galileia. Não ficou em Nazaré, mas foi morar na cidade de Cafarnaum, às margens do lago da Galileia, nos confins de Zebulom e Naftali. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta Isaías tinha dito:

“Terra de Zebulom e terra de Naftali, / caminho do mar, / do outro lado do rio Jordão, / Galileia, dos pagãos! / Ao povo que vivia nas trevas / e sob as sombras da morte / resplandeceu-lhe radiante luz!”

Daí em diante Jesus começou a anunciar a sua mensagem. Ele dizia: “Mudem radicalmente o seu jeito de ser e pensar porque o Novo Mundo de Deus está perto!” (Mateus 4.12-17 – LCR)

Enquanto caminhava pelas praias do lago da Galileia, Jesus passou a observar dois irmãos que jogavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Estes eram Simão, também chamado de Pedro, e André.

Então Jesus os vocacionou dizendo: “Venham e sigam-me, que eu farei de vocês pescadores de gente.” No mesmo instante eles largaram as redes e passaram a seguir Jesus.

Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus também convocou estes dois que, no mesmo instante, deixando o barco e o pai, o seguiram. (Mateus 4.18-22 – LCR)

Jesus andou por toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, anunciando a boa notícia do Novo Mundo de Deus, curando as enfermidades e doenças do povo. (Mateus 4.23 – LCR)

Vocês são sal para toda a terra!

Ora, se o sal viesse a perder o gosto, quem conseguiria lhe restaurar o sabor?  Já não seria sal e não serviria para mais nada. Seria jogado fora e as pessoas que passam o pisariam e nem se dariam conta disso.

Vocês são luz para todo o mundo!

Não se pode camuflar uma cidade construída na serra. E onde já se viu alguém acender uma lamparina para colocá-la debaixo de um pote de farinha. Pelo contrário, ela deve ser colocada no velador, que é o lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa.

Assim também a luz de cada um de vocês deve brilhar de tal maneira que os outros, vendo as boas ações que vocês praticam, vislumbrem a gloriosa luz do Pai nosso, que está no céu. (Mateus 5.13-16 – LCR)

Eu garanto que, se a justiça de vocês não exceder em muito a dos magistrados e a dos eclesiásticos, vocês jamais entrarão no Novo Mundo de Deus.

Vocês sempre ouviram os preceitos ressaltados pelos antigos: “Não matarás”; e: “Quem matar estará sujeito a julgamento”.

Eu, contudo, vou além, e afirmo que todo aquele que sente raiva do seu irmão é passível de ser julgado; e quem insultar a seu irmão será intimado e estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem agride seu irmão xingando-o: “Seu idiota!”, estará sujeito a ser sentenciado ao inferno de fogo.

Portanto, quando você trouxer ao altar a sua oferta, em propiciação pelos seus pecados, e acontecer de ali você se lembrar de que seu irmão guarda alguma mágoa contra você, deixe perante o altar a sua oferta, vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; e só então retorne para oferecer a sua oferta. (Mateus 5. 20-24 – LCR)

Jesus ia por todas as cidades e povoados ensinando [didáskon] nas sinagogas, anunciando [kerússon] a boa notícia sobre o Novo Mundo de Deus e curando [therapeúon] todo tipo de doenças e enfermidades.

Observando atentamente as multidões, Jesus se encheu de compaixão por aquelas pessoas sofridas porque estavam aflitas e desorientadas, como ovelhas que não têm pastor.

Foi nessa ocasião que ele disse aos seus aprendizes:

— A colheita é tão vasta, mas os trabalhadores, tão escassos! Supliquem ao dono da lavoura que mande mais trabalhadores para virem ajudar a fazer esta colheita. (Mateus 9.35-38 – LCR)

Jesus chamou os seus doze aprendizes e lhes deu autoridade para expulsar espíritos impuros e curar todo tipo de doenças e enfermidades.

E estes são os nomes dos doze apóstolos:

Primeiro, Simão, chamado Pedro, e o seu irmão André;
Tiago, filho de Zebedeu, e o seu irmão João;
Filipe e Bartolomeu;
Tomé e Mateus, o cobrador de impostos;
Tiago, filho de Alfeu;
Tadeu e Simão, o zelote;
e Judas, o sicário, que também o haveria de trair. (Mateus 10.1-4 – LCR)

A esses doze Jesus enviou, dando-lhes as seguintes instruções:

— Não se dirijam aos povos pagãos, nem mesmo entrem nas cidades dos samaritanos. Pelo contrário, procurem somente as ovelhas perdidas do povo de Israel. Indo, proclamem: “O Novo Mundo de Deus já está ao alcance das mãos.”

Tratem dos doentes, despertem os mortos, limpem os leprosos, expulsem os demônios.

O que de graça vocês receberam, de graça deem!

Não levem provisões de ouro, nem de prata, nem moedas de cobre na bagagem. Nesta viagem não levem mochila, nem uma túnica sobressalente, nem sandálias, nem bengala para se apoiar, pois é direito de todo trabalhador receber o seu sustento.

Quando entrarem numa aldeia ou povoado, procurem alguém que seja hospitaleiro aí se hospedem até que tenham de partir.

Quando entrarem numa casa, saúdem a todos[, dizendo: “A paz esteja nesta casa!”]

Se a casa for digna, a paz de vocês transbordará sobre ela. Mas se não for digna, deixem estar, que a paz retornará sobre vocês.

E se acontecer ainda de alguém não receber vocês, nem ouvir suas palavras, saiam dessa casa ou cidade e batam o pó dos pés.

Eu garanto a vocês uma coisa: Haverá mais condescendência para com as cidades de Sodoma e de Gomorra do que para com daquela cidade. (Mateus 10.5-15 – LCR)

Prestem atenção também nisso! Eu envio vocês como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sejam inteligentes como as serpentes, mas inocentes como as pombas.

Tomem muito cuidado, porque vocês serão presos, e levados aos tribunais civis e eclesiásticos, e serão chicoteados.

Por serem meus seguidores, vocês serão levados até mesmo perante governadores e reis para darem seu testemunho perante eles também perante os povos pagãos.

E quando prenderem vocês, não fiquem preocupados com o que deverão dizer ou como irão falar. Porque, quando chegar o momento, não serão vocês, mas o próprio Espírito de Deus é que haverá de falar por e em vocês.

E acontecerá que irmão trairá irmão e o entregará à morte; e pais, os filhos; e filhos se insurgirão contra seus pais, e os matarão.

E vocês serão odiados por causa do meu nome, mas quem permanecer firme até o fim será salvo.

Sempre que vocês forem perseguidos numa cidade, fujam para outra. Porque eu garanto que vocês não terminarão o seu percurso pelas cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem. (Mateus 10.16-23 – LCR)

Nenhum aprendiz está acima do seu mestre,
assim como nenhum funcionário está acima do seu patrão.
Portanto, um aluno deve julgar-se realizado
se um dia chegar a ser professor,
e o empregado, se um dia chegar a ser empregador.

Se ofendem o dono da casa chamando-o de Belzebu,
de que coisas piores não haverão de chamar os outros moradores dessa casa?

A despeito de tudo, NÃO TENHAM MEDO DOS QUE QUEREM INTIMIDÁ-LOS!

Nada há encoberto que não venha a ser delatado;
e tudo o que está escondido será conhecido.
O que estou dizendo a vocês reservadamente
repitam à luz do dia.
E o que vocês ouviram em segredo
anunciem abertamente.

NÃO TENHAM MEDO DOS QUE AMEAÇAM O CORPO,
mas não podem atingir a alma.
Temam, porém, a Deus,
o único que pode extinguir no inferno
assim a alma como o corpo.

Não é mesmo verdade que, numa economia de mercado, dois pardais não valem um centavo? Porém nenhum deles cai sem a permissão de Deus, o Pai de vocês. É dessa mesma forma que ele cuida de todo:

Até os fios dos seus cabelos estão todos contados!

Portanto, NÃO TENHAM MEDO DE NADA,
porque vocês valem bem mais do que muitos pardais.

Quem professar publicamente sua fé em mim,
eu também o confirmarei diante do meu Pai, que está no céu.
No entanto, quem me renegar publicamente,
eu também o negarei diante do meu Pai, que está no céu.

Não pensem que eu vim trazer paz à terra.
Não vim trazer a paz, mas a espada.
Eu vim causar divisão entre o filho e o seu pai,
entre a filha e a sua mãe, e entre a nora e a sua sogra.
E será que os piores inimigos de uma pessoa
serão os da sua própria casa.

Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que ama a mim
não é digno de mim.
Quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que ama a mim
não é digno de mim.

Quem não assume sua cruz
e se dispõe a me seguir por onde eu for
não é digno de mim.

Quem se apega à sua vida
tentando economizá-la acabará por perdê-la;
quem, todavia, desprendidamente oferece a vida por minha causa a achará. (Mateus 10.24-39  – LCR)

Mesmo confinado na cadeia, João Batista ouviu as notícias a respeito do que o Messias andava fazendo. Um tanto perplexo e escandalizado, enviou alguns dos seus discípulos para que fossem até ele, incumbidos de tirar de uma vez por todas as dúvidas que o atormentavam: — O senhor é o esperado, aquele que estava para chegar, ou devemos aguardar ainda o advento de outro?

Jesus respondeu: — Voltem lá e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo. Contem a ele como os cegos agora veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres abraçam o evangelho. E, lembrem-lhe, que felizes são aqueles que não se escandalizam, nem abandonam a sua fé em mim!

Assim que os discípulos de João foram embora, Jesus começou a dar testemunho ao povo a respeito de João: — Ah! O que vocês esperavam ver lá fora no deserto? Um caniço de junco sacudido pelo vento? O que esperavam ver lá fora? Um homem bem-vestido? Ora, os que se vestem bem moram dentro de palácios! Então me digam: o que esperavam ver? Um profeta? Sim. E eu afirmo que vocês viram muito mais do que um profeta. Porque João é aquele a respeito de quem as Escrituras Sagradas dizem: “Aí você têm, face-a-face, o meu mensageiro, disse Deus. Eu o envio para preparar o seu caminho.” Eu garanto a vocês, e esta é a mais pura verdade: de todos os homens  já nascidos no mundo, João Batista é o maior. Saibam, porém, que o menor no Reino do Céu é maior do que ele. (Mateus 11.2-11 – LCR)

Jesus contou outra estória, dizendo assim:

O Novo Mundo de Deus é semelhante a um camponês que semeou boas sementes na sua roça. Mas certa noite, enquanto todos dormiam, veio um inimigo dele, e semeou joio no meio do trigo, e depois se evadiu. Só quando as plantas cresceram, e se formaram as espigas, é que o joio apareceu.

Os empregados foram então perguntar ao dono das terras: “Patrão, sabemos que o senhor semeou sementes boas nas suas terras. Como pode ser isso? De onde será que veio este joio?”

“Só pode ter sido obra de algum inimigo!”, respondeu ele.

E eles perguntaram: “O senhor quer que a gente vá lá e arranque o joio?”

“Não”, respondeu, “porque, ao tirar o joio, vocês acabarão por arrancar também o trigo. Deixem que o trigo e o joio cresçam juntos até a colheita. Quando chegar o tempo da colheita, aí sim eu direi aos trabalhadores: ‘Ajuntem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois recolham o trigo e ponham no meu celeiro.’ ” (Mateus 13.24-30 – LCR)

Quando Jesus soube que João havia sido decapitado, tomou um barco e retirou-se para um lugar deserto. Mas as multidões descobriram aonde ele estava indo e, vindo dos seus povoados, o seguiram por terra, contornando o lago.

Quando Jesus desembarcou e viu a grande multidão, sentiu compaixão por aquela gente, e curou os doentes que estavam lá.

Ao entardecer, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: Este lugar é deserto e a hora já vai avançada. Despede essa gente, a fim de que possam ir aos povoados em tempo de comprar alguma coisa para comer.

Mas Jesus respondeu: Isso não será necessário. Eles não precisam ir embora agora. Deem a eles vocês mesmos o que comer.

Eles objetaram: Tudo o que temos aqui são cinco pães e dois peixes. Ao que Jesus respondeu: Pois tragam para mim esses pães e esses peixes!

Em seguida orientou o povo para que todos se sentassem sobre a grama. E, tomando os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu, deu graças a Deus e os abençoou. Então, partiu os pães, entregou-os aos discípulos, e estes os distribuíram ao povo. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e ainda recolheram doze cestos cheios dos pedaços que sobraram.

E os que comeram foram mais ou menos cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças. (Mateus 14.13-21 – LCR)

Logo depois [de ter alimentado a multidão], Jesus convenceu os discípulos a embarcar e atravessarem antes dele para a outra margem do lago. Enquanto isso, ele ficaria para se despedir do povo. E, tendo despedido as multidões, subiu a um monte, a fim de orar a sós. Ao anoitecer, lá estava ele, só.

O barco, no entanto, já estava longe, a muitos quilômetros da terra, e era açoitado por violentas ondas; porque o vento era contrário. Já era passado das três horas da madrugada quando Jesus foi ter com eles, andando por sobre o mar.

Os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrorizados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritavam. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Coragem, homens! Sou eu. Não tenham medo!

Respondendo-lhe Pedro, disse: Se é o Senhor mesmo, deixe-me ir até aí, por sobre as águas. E ele disse: Venha! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas até onde Jesus estava.
Reparando, porém, na fúria do vento, teve medo; e, como começasse a afundar, gritou: Salve-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que você duvida?

Assim que ambos subiram no barco, o vento cessou. Foi então que os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Não temos mais dúvidas de que o senhor é mesmo o Filho de Deus! (Mateus 14.22-33 – LCR)

E saindo daquele lugar [no qual havia discutido com os líderes vindos de Jerusalém para confrontá-lo], Jesus cruzou a fronteira do seu país e se retirou para a região estrangeira de Tiro e Sidom.

E aconteceu que uma mulher canaanita, habitante daquelas terras, se aproximou, clamando: Senhor, Filho de Davi, tem piedade de mim! Depressa! Minha filha está terrivelmente endemoninhada.

Mas Jesus não lhe respondeu palavra.

Seus discípulos começaram a implorar: Manda essa mulher embora, porque não para de gritar atrás de nós.

Mas ele respondeu: Mas, afinal, não foi tão somente para as ovelhas perdidas da casa de Israel que eu fui enviado em missão?

Mas a mulher se adiantou e caiu de joelhos e curvou-se até sua testa tocar o chão, em profunda reverencia diante de Jesus, e dizia: Senhor, socorre-me!

Mas Jesus respondeu dizendo: Não é justo tirar o pão que pertence às crianças e atirá-lo aos filhotes dos cães.

Ela, contudo, replicou: Sim, de fato, Senhor, mas até os filhotinhos costumam comer das migalhas que caem da mesa dos seus donos.

Então Jesus exclamou: Mulher, como é grande é a sua fé! Seja feita a tua vontade.

E a sua filha ficou curada a partir daquele momento. (Mateus 15.21-28 – LCR)

Jesus se encaminhou para a região que fica nas imediações da cidade de Cesareia de Filipe [localizada no sopé sudoeste do monte Hermon, perto da fronteira Israel-Síria, junto à nascente do rio Jordão]. Foi ali que resolveu indagar aos discípulos: Quem o povo anda dizendo ser o Filho do Homem?

Eles responderam: Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; e há quem diga, que é Jeremias ou algum outro profeta.

Mas, e quanto a vocês? O que me dizem? Quem sou eu para vocês? perguntou Jesus.
Foi então que Simão Pedro confessou: Para mim, você é o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, o Deus vivo.

Jesus afirmou: Você é mesmo feliz, Simão, filho de João, porque esta não é uma revelação procedente de coisas meramente humanas, como carne e sangue, mas ela lhe foi dada pelo meu Pai, que está no céu. E, por isso, eu também posso lhe dizer: Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e os portões do Hades não lhe poderão resistir.

Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você trancar na terra será trancado no céu, e o que abrir na terra será aberto no céu.

Em seguida Jesus advertiu severamente aos discípulos para que não contassem a ninguém que ele era o Cristo. (Mateus 16.13-20 – LCR)

Depois da confissão de Pedro, Jesus passou a demonstrar aos discípulos ser imperativo ir até Jerusalém, mesmo sabendo que ali haveria de sofrer muitas coisas nas mãos dos líderes [gr.: presbyterós], dos chefes dos sacerdotes [gr.: archieréus] e dos mestres da lei [gr: grammatéus]. Lá ele será assassinado, mas, no terceiro dia, será ressuscitado.

Pedro, no entanto, chamando-o à parte, começou a censurá-lo, dizendo: Que Deus o livre, Senhor! Isso nunca haverá de lhe acontecer!

Jesus, dando as costas a Pedro, disse: Saia da minha frente, Satanás! Você está sendo uma pedra no meu caminho e quer me fazer tropeçar, pois está mais preocupado com as coisas humanas do que com as coisas de Deus.

E, dirigindo-se aos discípulos, declarou: Se alguém quer seguir os meus passos, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para enfrentar a morte na cruz e caminhe comigo por onde eu for.

Quem quiser poupar a sua vida, acabará por desperdiçá-la; por outro lado, se alguém abrir mão do seu egoísmo por minha causa, esse, sim, encontrará a vida plena.

Afinal, de que adianta alguém conquistar o mundo inteiro, mas desperdiçar a própria vida? Pois o que poderá alguém oferecer em troca para ter de volta essa vida? (Mateus 16.21-26 – LCR)

Se seu irmão vier a cometer um pecado, vá e procure esclarecer isso com ele.

Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa acatar seu parecer, então você ganhou um irmão.

Porém, se não lhe der ouvidos, procure-o novamente, desta vez acompanhado de mais uma ou duas testemunhas, para fazer o que é de praxe. E assim, tudo o que for dito seja estabelecido e confirmado.

Contudo, se mesmo assim a pessoa que pecou se recusar a ouvir, mesmo na presença dessas testemunhas, então comunique isso e peça ajuda à igreja.

E, se ela também se recusar a ouvir à igreja, passe a tratar essa pessoa da mesma maneira que eu costumo tratar um estrangeiro ou um cobrador de impostos. (Mateus 18.15-20 – LCR)

Pedro se aproximando de Jesus e lhe perguntou: Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão se ele reiteradamente pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

Porque o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos (cerca de 12 milhões de dólares). Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga. No entanto, o servo, prostrando-se reverente, lhe rogou: Tenha paciência comigo e tudo lhe pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, dispensou-o e perdoou-lhe a dívida.

Porém, assim que aquele servo saiu da presença do rei, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários (uns 20 dólares); e, agarrando-o, o estrangulava, dizendo: Pague de uma vez o que me deve. Nessa hora, o seu conservo caiu aos seus pés e lhe implorava: Tenha paciência comigo e eu lhe pagarei. Entretanto, não quis saber; antes, o lançou na prisão, onde deveria ficar até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao rei tudo que acontecera.

Então, o rei, seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo perverso e miserável, perdoei-lhe aquela dívida imensa porque você me implorou; você ao menos não devia compadecer-se do seu conservo, assim como eu me compadeci de você? E, indignado, o rei, seu senhor, o entregou aos carrascos, onde ficou até que lhe pagasse toda a dívida.

Assim também meu Pai celeste fará com vocês, se do fundo do coração vocês não perdoarem cada um a seu irmão. (Mateus 18.21-35 – LCR)

Jesus disse: O Novo Mundo de Deus é como um pai de família que saiu de manhã bem cedo para contratar trabalhadores para a sua plantação de uvas. Ele combinou com os trabalhadores o salário de um denário pelo dia de serviço, e os enviou a trabalhar na sua vinha.

Às nove horas, saiu outra vez, foi até a praça do mercado e viu ali alguns homens que estavam sem trabalho. Então lhes disse: Vão vocês também trabalhar na minha plantação de uvas, e eu pagarei o que for justo. E eles foram.

Ao meio-dia e às três horas da tarde o dono da plantação fez a mesma coisa, contratando outros trabalhadores.

Eram já quase cinco horas da tarde quando ele voltou à praça. Viu que ainda havia ali homens sem trabalho, e perguntou a eles: Por que vocês estão aqui o dia todo sem fazer nada? É porque ninguém nos contratou! responderam eles. Então ele disse: Vão vocês também trabalhar na minha vinha.

No fim do expediente, ele disse ao administrador da vinha: Chame os trabalhadores e faça o pagamento, começando pelos que foram contratados por último e terminando pelos primeiros.

E os homens que começaram a trabalhar às cinco horas da tarde receberam um denário cada um. Ora, os que tinham sido contratados primeiro, vendo isso, pensaram que iam receber mais; porém eles também receberam um denário cada um.

Tendo recebido aquela quantia, começaram a resmungar e foram se queixar ao patrão: Como pode ser isso? Estes homens trabalharam somente uma hora, e você os igualou a nós, pagando a eles a mesma quantia que a nós, que ralamos o dia todo debaixo deste sol escaldante.

A um desses que reclamavam, o dono da vinha respondeu: Escute, amigo! Eu não fui injusto com você. Afinal, você não concordou em trabalhar para mim por um denário? Portanto, pegue o seu pagamento retire-se daqui. Demais a mais, eu quero dar a este último tanto quanto eu dei a você.

Pois era só o que me faltava: não poder fazer o que bem quiser com o que é meu? Ou vai ver você está com inveja porque, diferente de você, eu sou generoso?

E Jesus arrematou, dizendo: Assim, os últimos serão os primeiros, mas os primeiros serão os últimos. (Mateus 20.1-16 – LCR)

Jesus chegou ao Templo, em Jerusalém, e, sendo aquele um lugar de oração e de adoração, mas também lugar de ensino e aprendizagem, ali começa a lecionar.

Enquanto ensinava, se aproximaram dele alguns chefes dos sacerdotes e alguns líderes, anciãos do povo, perguntando-lhe: Com que autoridade você faz essas coisas: ensinar, curar, perdoar…? Quem lhe conferiu essa autoridade?

Jesus respondeu: Eu também vou fazer uma pergunta a vocês. Se me derem uma boa resposta, eu lhes direi com que autoridade faço essas coisas.

Sendo assim, me respondam: De onde vinha o batismo de João? Do Céu ou da terra?

Eles então começaram a conjecturar entre si: Se dissermos que vem do Céu, ele nos perguntará: “Se é assim, então por que vocês não creram em João?” Mas, se dissermos que tem origem humana, temos que ter cuidado com a reação do povo, pois todos consideram João um profeta.

Depois de muita conjectura, responderam: Não sabemos como responder a essa pergunta.

Então eu também não responderei a vocês com que autoridade faço essas coisas! disse Jesus. (Mateus 21.21-28 – LCR)

Jesus continuou: E o que vocês me dizem disto?

Certo homem tinha dois filhos. Ele foi falar com o primeiro e lhe disse: Filho, você pode trabalhar na minha plantação de uvas hoje?

Ele respondeu: Claro que vou, papai. Mas depois não foi.
O pai foi até o segundo filho e lhe falou da mesma maneira. Mas este respondeu dizendo: Ah, pai, hoje não estou a fim. Mas depois mudou de ideia e foi.

Qual dos dois filhos fez o que o pai queria? perguntou Jesus.
E eles responderam: O último.

Então Jesus disse a eles: Pois eu lhes garanto uma coisa: os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Novo Mundo de Deus.

Pois João Batista veio até vocês trilhando o caminho da lei, que é o caminho da justiça, mas vocês não creram nele. Contudo os cobradores de impostos e as prostitutas creram. Porém, vocês que estão vendo tanta coisa acontecer diante dos seus próprios olhos, não são capazes nem de se arrepender e nem de crer. (Mateus 21.28-32 – LCR)

Agora ouçam mais esta parábola: Certo agricultor cultivou um parreiral, ergueu uma cerca ao redor [com pedras e espinhos para proteger o vinhedo de animais selvagens e outros invasores]. Construiu um lagar [para pisar as uvas e fazer vinho] e construiu uma torre de vigia [para se precaver da ação de ladrões e supervisionar o trabalho dos funcionários]. Então, arrendou a plantação para alguns lavradores e saiu para uma longa viagem pelo exterior.

Completando-se o tempo da colheita [passados cerca de quatro anos], o proprietário enviou alguns servos com a missão de receber a sua parte dos frutos.

Mas os arrendatários agarraram os servos, espancaram um, assassinaram outro e apedrejaram o terceiro.

O proprietário enviou, então, um grupo ainda maior de servos. Mas os arrendatários fizeram com estes a mesma coisa que haviam feito com os primeiros.

Por fim, ele decidiu enviar em missão o seu próprio filho, pensando: “O meu filho eles haverão de respeitar.” Contudo, quando os lavradores se deram conta de que se tratava do filho, confabularam: “Este é o herdeiro! Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa!” E agarraram o filho, arrastaram-no para fora da vinha, e ali o assassinaram.

Nesse momento, Jesus interrompeu sua narrativa, e perguntou aos seus ouvintes: E agora, o que vocês acham que vai acontecer quando o dono da vinha voltar, o que é que ele fará com aqueles arrendatários?

Eles responderam: Com certeza ele dará àqueles canalhas uma morte miserável, e tirará deles a vinha e a entregará a outros arrendatários que sejam íntegros, que haverão de lhe dar a parte que lhe cabe da colheita no devido tempo.

Jesus continuou: Até parece que vocês nunca leram aquela parte das Escrituras Sagradas que dizem:

“A pedra que os construtores rejeitaram, justamente essa, veio a ser a principal, a pedra angular. E esse fato é algo extraordinário, porque procede de Deus, e está acontecendo bem diante dos nossos olhos!”

E Jesus arrematou: Eu garanto a vocês que o Novo Mundo de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que produza os frutos desse Novo Mundo.

Quem cair sobre essa pedra ficará reduzido a pedaços. E, a pessoa sobre quem essa pedra cair, será esmagada, e vai virar pó.

Os chefes dos sacerdotes e os fariseus, tendo ouvido as parábolas contadas por Jesus, entenderam muito bem que era deles que ele estava falando.

Por isso queriam prendê-lo, e só não o fizeram porque ficaram com medo da reação da multidão, porque o povo considerava Jesus um profeta. (Mateus 21.33-46 – LCR)

E mais uma vez Jesus passou a dar respostas ao povo contando estórias:

O Novo Mundo de Deus é como um rei que preparou uma festa de casamento para seu filho. Quando tudo estava pronto, enviou mensageiros com a missão de avisar os convidados que a festa iria começar. Mas aconteceu que nenhum deles quis vir.

Diante disso, o rei resolveu enviar outros mensageiros [gr. doulos] com a missão de transmitir o seguinte recado:

“Digam aos convidados: Atenção todos, que tudo está preparado para a festa e o banquete já está para ser servido. Bezerros e bois gordos foram carneados e estão sendo assados, e tudo mais já está pronto. Já podem vir para a festa!”

Mas os convidados nem ligaram para o convite e foram tratar dos seus negócios: um foi lidar na sua fazenda, e outro, atender a sua lojinha. Mas outros agarraram os empregados, os espancaram e os mataram.

Isso deixou o rei tão furioso, que ele enviou seus soldados e destruiu aqueles assassinos e incinerou a cidade deles.

Depois chamou os seus empregados e disse:

“A minha festa de casamento, de fato, está pronta, mas aquele que haviam sido convidados não eram dignos dela. Por isso, agora vocês vão fazer diferente. Saiam pelas ruas e encontrando as pessoas pelo caminho, quem quer que sejam, convidem todas para a festa.”

E os empregados saíram pelas ruas reunindo todos os que puderam encontrar, tanto bons como maus. E o salão de festas ficou repleto de gente, todos circundando a mesa do banquete.

Quando o rei entrou para saudar os convidados, notou que havia um penetra, pois não estava vestindo roupas apropriadas para a festa. Então lhe perguntou:

“Meu bom amigo, como é que você conseguiu entrar aqui, sem estar trajando roupas de festa?”

Mas o homem não achou palavras para se justificar.

Então o rei disse aos que serviam à mesa [gr. diakonos]:

“Amarrem os pés e as mãos deste homem, ponham-no porta afora, e o larguem lá, sozinho na escuridão. Ali ele vai chorar e bater os dentes.”

E Jesus terminou, dizendo:

Os convidados podem ser muitos, mas os convivas são poucos. (Mateus 22.1-14 0151 – LCR)

Os fariseus [observadores estritos das tradições religiosas] fizeram um recuo estratégico e trataram de elaborar um plano que lhes permitisse reunir alguma prova contra Jesus.

O plano, posto em execução foi este:

Mandaram que alguns dos seus seguidores juntamente com alguns Herodianos [membros do partido de Herodes, apoiados pelo imperador romano, a quem os fariseus odiavam, diga-se de passagem] fossem até Jesus e lhe fizessem capciosamente a seguinte pergunta:

— Amado Mestre, sabemos que o senhor é honestíssimo, e ensina a pura verdade e nada mais que a verdade sobre como se deve viver segundo a vontade de Deus exige, e que não se importa com a opinião de quem quer que seja, nem julga a ninguém pela aparência.

— Então o que o senhor diria: Está ou não em conformidade com a nossa Lei pagar impostos a Cesar, o Imperador romano?

Mas Jesus, que percebia muito bem malícia deles, respondeu:

— Cínicos! Por que é que vocês estão me testando? Vamos lá, tragam uma moeda dessas que se usa para pagar impostos!

Trouxeram-lhe um denário. Então ele lhes perguntou:

— De quem são o nome e a representação que estão gravados nesta moeda?

Eles responderam:

— São de César, o Imperador.

Então Jesus disse:

— Pois então, deem a César o que é do Imperador e deem a Deus o que é de Deus.

Eles ficaram pasmados quando ouviram a resposta de Jesus. E não tiveram outra atitude a tomar, a não ser deixar Jesus em paz e ir embora. (Mateus 22.15-22 – LCR)

Jesus, dirigindo-se ao povo e aos seus discípulos disse:

Os escribas —versados nas leis mosaicas— e os fariseus —observadores rígidos das leis e tradições religiosas— ocupam pretensiosamente a cátedra de Moisés.

Façam e obedeçam, pois, tudo o que eles dizem, porém não imitem o que eles fazem, porque eles falam muito, mas não fazem nada.

Atam pesados fardos e os põem nas costas dos outros, obrigando-os a carregá-los com muita dificuldade, mas eles mesmos não movem um único dedo para ajudar a mover esses fardos.

Tudo o que fazem é para serem admirados pelos outros.

Vejam como alargam os filactérios —que trazem amarrados na testa e nos braços, contendo a transcrição de longos trechos das Escrituras Sagradas! E observem ainda o tamanho das franjas que pendem se suas capas, das quais se servem para memorizar as leis!

Eles sempre escolhem os lugares de honra nos banquetes e os melhores assentos nas sinagogas.

Gostam de ser saudados com mesuras nas praças e de ser reverenciados como rabbis.

Vocês, contudo, não devem fazer questão de ser chamados “rabi”, pois vocês, sendo todos irmãos entre si, têm um único Mestre.

E mais, aqui na terra não chamem ninguém de “pai” porque vocês têm um único Pai, que é o que está no céu.

Vocês também não devem deixar que ninguém os chame de “líderes” porque vocês têm um único líder, que é o Cristo.

Entre vocês, o maior, o mais importante, o mais respeitável, será aquele que serve os demais.

Porque quem a si mesmo se vangloria será humilhado, mas quem se humilha será exaltado. (Mateus 23.1-12 — LCR)

— Ninguém sabe nem o dia nem a hora em que o estes céu e Terra passarão. Nem os anjos do céu sabem disso, tampouco o Filho de Deus o sabe, pois esta é informação confidencial reservada somente ao Pai.

Mas uma coisa se sabe: a vinda do Filho do Homem se dará de maneira semelhante ao que aconteceu no tempo de Noé. Naqueles dias, antes de vir o dilúvio, o povo, desatento, se divertia, comendo e bebendo nos banquetes e nas festas de casamento.

Assim viviam, até o dia em que Noé entrou na barcaça que havia construído. O povo não fazia ideia do que estava acontecendo, até que veio a grande inundação e tragou a todos.

Ora, o advento do Filho do Homem se dará exatamente da mesma maneira.

Acontecerá, então, que dois lavradores estarão trabalhando na roça: um será pego de surpresa, e o outro, liberado. Duas operárias estarão no moinho fazendo farinha: uma será capturada de surpresa, e a outra, deixada livre.

Por isso, fiquem atentos e vigilantes, porque vocês também não terão como saber nem quando, nem como, o seu Senhor virá.

Lembrem-se disto: se o dono da casa soubesse em que momento viria o ladrão, ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.

Por isso, fiquem sempre alertas e vigilantes, pois o Filho do Homem chegará quando vocês menos esperam. (Mateus 24.36-44 – LCR – LCR)

Jesus disse:

O Novo Mundo de Deus será como um casamento, no qual dez damas de honra, portando suas lamparinas, saíram para se encontrar com o noivo. Dentre elas, cinco eram insensatas, e cinco, sensatas.

As damas de honra insensatas levaram consigo suas lamparinas, mas não trouxeram vasilhas com óleo de reserva.

As sensatas, diferentemente, levaram além das lamparinas vasilhas com óleo mais que suficiente para as suas.

Como o noivo estava demorando, todas foram dominadas pelo sono e acabaram adormecendo.

À meia-noite se ouviu este brado: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele!”

Então as dez damas de honra despertaram e acenderam as suas lamparinas.

Nessa hora as insensatas suplicaram às sensatas: “Deem-nos um pouco do óleo de vocês, pois as nossas lamparinas já estão quase se apagando.”

“Não podemos fazer isso”, responderam as sensatas. “O óleo que temos não será suficiente para nós e para vocês. É melhor vocês correrem até a venda para comprar mais óleo!”
Então as damas de honra insensatas saíram para comprar óleo. Mas enquanto estavam fora, o noivo chegou.

As cinco damas de honra que estavam com as lamparinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi fechada.

Mais tarde as insensatas regressaram e suplicavam: “Senhor, senhor, abra a porta para nós!”

Lá de dentro, o noivo respondeu: “Eu afirmo a vocês e isto é a mais pura verdade: eu não sei quem são vocês!”

E Jesus concluiu, dizendo: Vigiem, porque vocês não sabem qual será o dia nem a hora! (Mateus 25.1-13 – LCR)

O Novo Mundo de Deus será como um homem que ia viajar para o exterior e por isso chamou os empregados e deu-lhes a responsabilidade de tomarem conta das suas posses.

Para tanto, deu-lhes dinheiro [talentos] de acordo com a capacidade de cada um: ao primeiro deu cinco talentos [quinhentas moedas de ouro]; ao segundo deu dois [duzentas]; e ao terceiro deu um talento [cem moedas].

Feito isso, empreendeu viagem.

O empregado que tinha recebido cinco talentos saiu logo, e tratou de negociar suas quinhentas moedas de ouro e conseguiu lucrar outros cinco talentos.

O mesmo fez o que havia recebido dois talentos, conseguindo lucrar outras duzentas moedas de ouro.

Mas aquele servo que tinha recebido um talento, fez um buraco na terra e escondeu as cem moedas de ouro que o patrão lhe dera.

Muito tempo depois, o patrão regressou de sua viagem e tratou de fazer com os servos o acerto de contas.

O servo que havia recebido cinco talentos chegou e lhe entregou dez, dizendo: “O senhor me deu quinhentas moedas. Veja! Aqui estão as suas quinhentas e mais quinhentas que consegui ganhar.”

“Parabéns, servo bom e fiel”, disse o patrão. “Você foi fiel no pouco, e por isso o colocarei sobre o muito. Venha comigo, vamos festejar juntos!”

Veio então o empregado que havia recebido dois talentos e disse: “O senhor me deu duzentas moedas. Veja! Aqui estão suas duzentas mais duzentas que consegui ganhar.”

“Parabéns, servo bom e fiel”, disse o patrão “Você foi fiel no pouco, e por isso o colocarei sobre o muito. Venha comigo, vamos festejar juntos!”

Veio, finalmente, o servo que havia recebido um talento e disse: “Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e recolhe onde não semeou. Por isso fiquei com medo e escondi o seu dinheiro debaixo da terra. Veja! Aqui está o seu dinheiro volta.”

“Servo mau e preguiçoso!”, disse o patrão. “Você sabia que colho onde não plantei e recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado o meu dinheiro no banco, e, quando eu voltasse, ao menos eu receberia com juros o que é meu.”

“Tirem dele o dinheiro e deem ao que tem dez talentos. Porque ao que tem muito mais ainda lhe será dado; mas quem não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. E levem da minha frente esse servo inútil, joguem-no lá fora, na escuridão. Ali ele vai chorar e ranger os dentes.” (Mateus 25.14-30 – LCR)

 

Os onze discípulos se dirigiram para a Galileia e chegaram ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando chegaram lá e viram Jesus, o adoraram; mas alguns tiveram suas dúvidas.

Foi então que Jesus, chegando bem perto deles, disse:

— Deus me deu toda a autoridade, tanto no céu como na terra. Portanto, indo caminho fora, de todos os povos façam discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a praticar tudo o que lhes tenho ordenado. E nunca se esqueçam do mais importante: Eu estou com vocês todos os dias, até o final dos tempos. (Mateus 28.16-20 – LCR – LCR)

Voltaram do seu estágio os apóstolos à presença de Jesus, seu professor e supervisor, e lhe relataram tudo quanto haviam feito e ensinado. E ele lhes disse: Venham descansar um pouco, à parte, num lugar sossegado, façamos um recesso; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os peregrinos. Então, foram sós no barco para um lugar solitário. Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram antes deles. Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor, mestrandos sem orientador, doutorandos sem doutor. E passou a ensinar-lhes muitas coisas. (Marcos 6.30-34 – LCR)

* * *

 Jesus saiu dali e foi para a região que fica perto da cidade de Tiro. Ele entrou numa casa e não queria que soubessem que estava ali, mas não pôde se esconder. Certa mulher, que tinha uma filha que estava dominada por um espírito mau, ouviu falar a respeito de Jesus. Ela veio e se ajoelhou aos pés dele. Era estrangeira, de nacionalidade siro-fenícia, e pediu que Jesus expulsasse da sua filha o demônio. Mas Jesus lhe disse: — Deixe que os filhos comam primeiro. Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo para os cachorros. — Mas, senhor, — respondeu a mulher — até mesmo os cachorrinhos que ficam debaixo da mesa comem as migalhas de pão que as crianças deixam cair. Jesus disse: Por causa dessa resposta você pode voltar para casa; o demônio já saiu da sua filha. Quando a mulher voltou para casa, encontrou a criança deitada na cama; de fato, o demônio tinha saído dela. (Marcos 7.24-30 – LCR – LCR)

* * *

Os discípulos não entendiam o que Jesus dizia […]. Jesus e os discípulos chegaram à cidade de Cafarnaum. Quando já estavam em casa, Jesus perguntou aos doze discípulos: — O que é que vocês estavam discutindo no caminho? Mas eles ficaram calados porque no caminho tinham discutido sobre qual deles era o mais importante (o maior). Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: — Se alguém quer ser o primeiro, deve ficar em último lugar e servir a todos.  Aí tomando uma criancinha [paidíon = criança até 7 anos, diminutivo de pais = criança de 7 a 14 anos, vd. Jesus no Templo], a colocou no meio deles. E, abraçando-a, disse aos discípulos: Quem receber uma criancinha como esta, em meu nome, está recebendo a mim mesmo. E quem me receber não recebe somente a mim, mas recebe também aquele que me enviou. (Marcos 9.32-37 – LCR – LCR)

* * *

Sabeis que os que são reconhecidos como governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e que sobre eles os seus grandes exercem autoridade. Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Marcos 10.42-45 – LCR)

* * *

Um catedrático do Direito que estava ali ouvindo a discussão, vendo que Jesus dava boas respostas para todas as perguntas ardilosas que lhe faziam, lhe perguntou:

— Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?

Jesus respondeu:

— É este o mais importante de todos os mandamentos da Lei: “Escute, povo de Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.” E o segundo mais importante é este: “Ame os outros como você ama a você mesmo.” Não existe outro mandamento mais importante do que estes dois.

Então o catedrático da Lei disse a Jesus:

— Muito bem, Mestre! O senhor disse a verdade. Ele é o único Deus, e não existe outro além dele. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa mente e com todas as nossas forças e também devemos amar os outros como amamos a nós mesmos. Pois é melhor obedecer a estes dois mandamentos do que trazer animais para serem queimados no altar e oferecer outros sacrifícios a Deus.

Jesus viu que o catedrático da Lei tinha respondido com sabedoria e disse:

— Você não está longe do Reino de Deus.

Depois disso ninguém tinha coragem de fazer mais perguntas a Jesus. (Marcos 12.28-34 – LCR)

* * *

Em seus ensinos, Jesus dizia: — Cuidado com os legalistas! Eles gostam de andar para lá e para cá, usando pomposas togas, [para evidenciar sua influência no poder judiciário] e gostam de ser cumprimentados com espalhafato nas praças [para demonstrar como são influentes na esfera política e econômica]; preferem sentar-se nos primeiros bancos das igrejas [para darem uma de autoridade religiosa] e nos lugares mais destacados nos banquetes [pra se exibirem nas colunas sociais]. Só que esses aí são os mesmos que exploram as viúvas e roubam-lhes os bens; e, para disfarçarem, fazem aquelas orações compridas que conhecemos bem. Mas é só uma questão de tempo, em breve serão condenados e sua pena será muito, muito severa!

[Doutra feita,] Jesus estava no pátio do Templo, sentado justo em frente ao gazofilácio [eram treze caixas com forma de trombetas colocadas em torno das paredes do pátio das mulheres, onde o povo depositava suas contribuições/impostos], olhando com atenção as pessoas que nele depositavam seu dinheiro [lit. “seus cobres”]. Muitos ricos depositavam grandes quantias. Foi então que chegou ali uma viúva pobre e depositou numa das caixas duas moedinhas de pouco valor [dois centavos]. Nessa hora, Jesus chamou a atenção dos discípulos e disse: — Eu afirmo a vocês, e isto é a mais pura verdade: esta viúva pobre depositou mais do que todos. Porque os outros depositaram do que lhes sobrava. Porém ela, de sua pobreza, deu tudo o que tinha para viver. (Marcos 12.38-44 – LCR)

* * *

Quando Jesus estava saindo do pátio do Templo, um discípulo disse: — Mestre, veja que pedras e edifícios impressionantes! Jesus respondeu: — Você está vendo estes enormes edifícios? Pois aqui não ficará uma pedra em cima da outra; tudo será destruído!

Jesus estava sentado no monte das Oliveiras, olhando para o Templo, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: — Conte para nós quando é que isso vai acontecer. Que sinal haverá para mostrar quando é que todas essas coisas vão começar? Então Jesus começou a ensiná-los. Ele disse: — Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo que sou eu e dizendo: “Eu sou o Messias!” E enganarão muitas pessoas.

Não tenham medo quando ouvirem o barulho de batalhas ou notícias de guerras. Tudo isso vai acontecer, mas ainda não será o fim. Uma nação vai guerrear contra outra, e um país atacará outro. Em vários lugares haverá tremores de terra e falta de alimentos. Essas coisas serão apenas as primeiras dores de parto.

— Vocês precisam ter cuidado porque serão presos e levados aos tribunais e serão chicoteados nas sinagogas. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos governadores e reis para serem julgados e falarão a eles sobre o evangelho. Pois, antes de chegar o fim, o evangelho precisa ser anunciado a todos os povos. (Marcos 13.1-11 – LCR)

* * *

Justamente naquela ocasião, enquanto acontecia tudo aquilo com Maria e José, Isabel e Zacarias, o imperador Augusto mandou uma ordem para todo o território ocupado pelo Império Romano: Todas as pessoas deviam se registrar a fim de ser feita uma contagem da população. Quando foi feito esse primeiro recenseamento, Cirênio era governador da Síria.

Então todos tiveram que se registrar, cada um na sua própria cidade.

Por isso José foi de Nazaré, na Galileia, onde havia conseguido trabalho na construção civil, para uma cidade chamada Belém, localizada na região da Judeia. Essa era a cidade natal do rei Davi e José foi registrar-se lá porque havia nascido lá e porque era descendente de Davi. Levou consigo Maria, sua esposa. Ela estava grávida, e aconteceu que, estando em Belém, chegou a hora de a criança nascer.

E ali Maria deu à luz o seu primeiro filho. Enrolou o menino em panos e o deitou numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na pensão do lugar.

Naquela mesma região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta dos rebanhos de ovelhas. Eles foram surpreendidos por um anjo do Senhor que apareceu no meio da noite, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. A princípio eles ficaram apavorados, mas o anjo disse:

— Não precisam ter medo! Porque estou aqui para trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor!

Se quiserem comprovar, é só procurar uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura.

No mesmo instante apareceu junto com esse anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um coro celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo:

— Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para todas as pessoas a quem ele quer bem! (Lucas 2.1-14 – LCR)

* * *

Veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.
Por causa disso, ele passou a percorrer toda a circunvizinhança do Jordão, proclamando o banho do arrependimento para lavar os pecados,
como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías:

Voz que ecoa no deserto:
Preparem o caminho para o Senhor,
endireitem essas veredas tortuosas.

Todo buraco haverá de ser aterrado,
e todo obstáculo ou montículo deverá ser nivelado;
os caminhos sinuosos hão de ser retificados,
e os escabrosos, aplanados;
para que toda a humanidade possa ver claramente no horizonte a salvação de Deus. (Lucas 3.2-6 – LCR)

* * *

O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo”. “O que devemos fazer então?”, perguntavam as multidões. João respondia: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo”. […] O povo estava em grande expectativa, questionando em seu coração se acaso João não seria o Cristo. João respondeu a todos: “Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão, a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga”. E com muitas outras palavras João exortava o povo e lhe pregava as boas novas. (Lucas 3.7-18 – LCR)

* * *

Foi então que Jesus, fixando seu olhar penetrante sobre os discípulos, disse-lhes:

“Bem-aventurados os pobres, porque o reino Deus já é de vocês.

“Bem-aventurados os que agora passam fome, porque em breve vocês terão fartura.

“Bem-aventurados os que agora choram, porque está chegando o tempo em que vocês haverão de sorrir.

“Bem-aventurados são, se os odiarem e os excomungarem, os insultarem e os considerarem indignos, por sua lealdade ao Filho do Homem.

“Alegrem-se muito naquele dia e exultem, porque maior é a recompensa que lhes está reservada no céu; pois lembrem-se de que os seus antepassados trataram dessa mesma forma os profetas.

“Mas ai de vocês, ricos! Porque tiveram a sua consolação.

“Ai de vocês, que agora estão empanturrados! Porque ainda virão a passar fome.

“Ai de vocês, que agora estão gargalhando! Porque virão a lamentar e chorar.

“Ai de vocês, quando todos os bajularem! Porque assim procederam seus antepassados com os falsos profetas.

“Digo, porém, a todos vocês que me ouvem: amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam; falem bem dos que os maldizem. Ao que lhe bate numa das faces, ofereça-lhe também a outra; e, ao que tirar o seu casaco, deixe que leve também a camisa; dê todas as vezes a todo o que lhe pedir alguma coisa; e, se alguém tomar o que é seu, não entre em demanda por isso.

“O que quiserem que as pessoas façam para vocês, assim façam vocês também a elas.” (Lucas 6.20-31 – LCR)

* * *

As palavras eloquentes de Jesus ainda reverberavam nos ouvidos do povo de Cafarnaum… Foi quando aconteceu o seguinte:

Havia ali um oficial romano que tinha um empregado a quem muito estimava. Esse empregado estava gravemente doente, quase à morte. Quando o capitão ouviu falar de Jesus, enviou alguns líderes judeus para pedirem a ele que viesse curar o seu empregado.

Eles foram falar com Jesus e lhe pediram com insistência:
— Esse homem merece, de fato, a sua ajuda, pois estima muito o nosso povo e até construiu uma sinagoga para nós.

Então Jesus foi com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o capitão enviou alguns amigos para dizerem a Jesus:

— Por favor, Senhor, não tenha esse incômodo, pois eu não mereço que entre na minha casa. E também não me considero digno sequer de ter a honra de falar pessoalmente com o senhor. Para mim, basta uma palavra sua, e o meu empregado será salvo. Isso porque eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: “Marche”, e ele marcha. Digo para outro: “Venha cá”, e ele vem. E digo também para esse meu empregado: “Faça isto”, e ele faz.

Jesus ficou muito admirado com o que ouviu da parte do capitão. Então virou-se para a multidão que o acompanhava e disse:

— Eu afirmo a vocês que nunca encontrei tamanha fé, nem mesmo entre o povo de Israel!

Os amigos do capitão voltaram para a casa dele e encontraram o empregado plenamente restabelecido. (Lucas 7.1-10 – LCR)

* * *

Algum tempo depois do episódio em Cafarnaum com o centurião romano, aquele que demonstrara extraordinária fé, Jesus foi para a Aldeia da Consolação [em hebr.: “Naim” — localizada a menos de 10 Km do Monte Tabor, onde se supõe ter ocorrido a Transfiguração do Senhor]. Como já era de hábito, seus discípulos iam com ele, acompanhados em cortejo por ruidosa e animada multidão.

Quando se aproximavam do portão, à entrada da cidade, cruzaram com outro cortejo. Estes, ao contrário, vinham pesarosos e desolados, pois pranteavam a morte do filho único de uma viúva. Ela era muito estimada, por certo, pois muita gente da aldeia acompanhava o enterro.

Ao se dar conta do que se passava, Jesus comoveu-se e padeceu com aquela mulher a sua dor. E  tentou consolá-la, dizendo: — Não chore!

Mais que isso, sem que ninguém lhe pedisse nada, Jesus chegou perto e tocou a mortalha onde era levado o corpo do rapaz, sem se importar que o considerassem impuro por ter feito isso. Nisto, os que o estavam carregando pararam.

Jesus, então, disse: — Jovem, eu ordeno, levante-se!

O que supunham estar morto se sentou [endireitou o corpo] e começou a conversar. E desta forma Jesus o restituiu à sua mãe.

Os que testemunharam este acontecimento ficaram possuídos de sentimentos contraditórios de assombro e admiração, e diziam: — Que grande profeta Deus nos enviou! Finalmente ele veio salvar o seu povo!

Essas e outras boas notícias a respeito de Jesus se espalharam por toda a província da Judeia, bem como pelas regiões circunvizinhas. (Lucas 7.11-17 – LCR)

* * *

Um fariseu [membro de grupo religioso que vivia na estrita observância das escrituras religiosas e da tradição oral] convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e reclinou-se para comer, junto à mesa preparada ao rés do chão, como era o costume do lugar.

Naquela cidade morava uma mulher cuja fama era de ser pecadora. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu e foi até lá. Então, levando consigo um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, inclinou-se sobre os pés de Jesus, por trás. Ela chorava tanto que as suas lágrimas lavavam os pés de Jesus. E ela os enxugava com os seus próprios cabelos. Ela também beijava os pés de Jesus e derramava sobre eles o perfume que trouxera consigo.

Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida errada que ela leva.”

Jesus então disse ao fariseu:
— Simão, tenho uma coisa para lhe dizer.
— Fale, Mestre! — respondeu Simão.

Jesus continuou:
— Dois homens tinham uma dívida com um agiota. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, mas nenhum dos dois podia pagar ao agiota o que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
— Eu acho que é aquele que foi perdoado da dívida maior! — respondeu Simão.
— Você está certo! — disse Jesus.

Então apontou para a mulher e convidou Simão a olhar para a ela com melhores olhos:

— Você está vendo esta mulher? Quando entrei em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés, como o faria qualquer anfitrião educado; porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me beijou quando cheguei, coisa que todos nós fazemos em Israel; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, outro costume básico do nosso povo; porém ela derramou delicadamente perfume nos meus pés. Eu garanto a você, Simão, que o amor que ela mostrou é tão grande que prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. No entanto, onde pouco amor é demonstrado, é sinal de que muito pouco foi perdoado.

Então Jesus disse à mulher:
— Por amor, os seus pecados estão perdoados.

Os que estavam sentados à mesa começaram a questionar entre si:
— Que homem é esse que até perdoa pecados?

Mas Jesus disse à mulher:
— A sua fé, demonstrada pelo seu grande amor, salvou você. Vá em paz, seja feliz! (Lucas 7.36-47 – LCR)

* * *

Jesus e os discípulos chegaram à região de Gerasa, no lado oriental do lago da Galileia. Assim que Jesus desembarcou, um homem assustador veio ao seu encontro. Dominado por forças demoníacas, há muito que ele andava sem roupas e, em vez de morar numa casa, vivia entre os túmulos do cemitério.
 
Quando viu Jesus, o homem deu um urro, caiu no chão diante dele e bradou: — Jesus, Filho do Deus Altíssimo! O que você quer de mim? Eu imploro, não me atormente!
 
Dizia isso porque Jesus havia mandado que o espírito mau saísse dele. Esse espírito o dotava de tanta força e poder e o dominava com tal violência que as pessoas do lugar tinham que a amarrar os pés e as mãos do homem e prendê-lo com correntes de ferro, mas ele despedaçava tudo, e o demônio o obrigava a viver no deserto, longe de tudo e de todos, para que não ferisse ainda mais a si mesmo e aos outros.
 
Jesus perguntou a ele: — Como é que você se chama?
— O meu nome é Legião! — respondeu. (Ele disse isso porque era como se um exército de demônios tivessem tomado conta dele.)
 
E esses demônios, que davam homem ao homem tanto poder e força, mas também o incapacitavam para viver em comunidade, começaram a implorar para que Jesus não os expulsasse para o abismo.
 
Ora, ali por perto alimentava-se uma manada de porcos. Os demônios suplicaram com insistência a Jesus que os deixasse entrar naqueles porcos. Jesus consentiu.
 
Os demônios saíram do homem e entraram nos porcos, mas estes tampouco suportaram tal poder e tamanha violência, e por isso preferiram precipitar-se despenhadeiro abaixo, para dentro do lago. E os porcos se afogaram.
 
Quando os que estavam tomando conta dos porcos viram o que havia acontecido, fugiram e espalharam a notícia na cidade e arredores. Muita gente quis ver de perto o que havia acontecido.
 
Quando chegaram onde Jesus estava, viram o homem de quem haviam saído os demônios. E quando o viram sentado aos pés de Jesus, vestido e no seu perfeito juízo, ficaram mais assustados do que quando o viam nu e tresloucado entre os sepulcros.
 
Os que haviam presenciado tudo contavam ao povo como o homem tinha sido curado e recuperara o juízo. Mas toda a gente da região de Gerasa ficou apavorada e pediu que Jesus saísse da terra deles.
 
Jesus, então, não teve escolha: subiu no barco e foi embora.
 
Antes de partir, o homem de quem os demônios tinham saído pediu a Jesus: — Deixe-me ir junto com o senhor!
 
Mas Jesus se despediu dele, dizendo: — Volte para sua casa e conte o que Deus fez por você.
 
Então o homem foi pela cidade, contando o que Jesus tinha feito por ele. (Lucas 8.26-39 – LCR)

* * *

Certa vez, quando Jesus e os discípulos seguiam seu caminho, um homem se aproximou e disse a Jesus:
— Eu estou disposto a seguir o senhor para onde quer que seja.
Mas Jesus lhe respondeu:
— Pense bem no que está dizendo. As raposas têm as suas covas [tal como Herodes], e as águias, os seus ninhos [assim como César]. Mas o Filho do Homem não tem um travesseiro sequer para descansar a cabeça.
Mais adiante, Jesus dirigiu-se a outra pessoa, e a recrutou dizendo:
— Venha e me siga, seja um dos meus discípulos.
Mas essa pessoa respondeu:
— Senhor, deixe que primeiro eu sepulte o meu pai que já está velho. Depois que ele morrer, eu voltarei e seguirei o senhor.
Jesus replicou:
— Deixe que os mortos sepultem os próprios mortos. Mas você vá e anuncie o Reino de Deus, coisa que só os vivos podem fazer.Houve ainda outro voluntário que se ofereceu para seguir Jesus:
— Eu seguirei o senhor, mas primeiro deixe que eu vá me despedir da minha família e pedir a bênção do meu pai para esta nova jornada.
Jesus respondeu:
— Quem se dispõe a arar a terra, mas, em lugar de se concentrar nas leiras abertas no campo a ser cultivado, se distrai olhando para trás, não serve para trabalhar na lavoura de Deus. (Lucas 9.57-62 – LCR)

* * *

Depois daquele diálogo com o mercenário, o recruta e o voluntário, Jesus constituiu o seu próprio sinédrio, escolhendo setenta [ou setenta e dois] dentre os seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir, preparando-lhe o caminho.

Antes de os enviar, porém, ele lhes deu as seguintes instruções:

— A lavoura é grande, mas há poucos lavradores, por isso, orem pedindo ao dono da lavoura que mande mais trabalhadores para ajudar na colheita. Feito isso, vão em frente! Saibam, porém, que eu os estou enviando como ovelhas para o meio de lobos. Por isso, é melhor não levar bolsa de dinheiro, nem alforje com comida kosher [alimentos permitidos para o consumo dos judeus], nem sandálias extras. E não parem no caminho nem se atrasem por causa de ninguém, evitem aqueles rituais complicados de saudação que os fariseus gostam de fazer nas praças públicas. Quando entrarem numa casa, antes de qualquer coisa, digam: “Que a paz esteja nesta casa!” Se as pessoas que ali morarem forem filhos da paz, a paz repousará sobre elas; mas, se não forem, a paz retornará para vocês. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Mas não fiquem escolhendo e mudando de uma casa para outra.

— Quando entrarem numa cidade e forem bem-recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: “O Reino de Deus chegou até vocês.” Porém, quando entrarem numa cidade e não forem bem-recebidos, vão pelas ruas, dizendo: “Até a poeira desta cidade que grudou nos nossos pés nós sacudimos contra vocês! Mas lembrem-se disto: A despeito do que vocês pensem ou façam, o Reino de Deus está definitivamente entre vocês.”

E Jesus disse mais:

— Eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, Deus terá mais misericórdia de Sodoma do que da cidade que não praticou a hospitalidade!

Jesus continuou:

— Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam se assentado no pó, vestidos com roupa feita de juta, e teriam jogado cinzas sobre a cabeça. No Dia do Juízo, Deus terá mais piedade de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida!

E você, cidade de Cafarnaum, acha que vai subir até o céu? Pois será jogada no mundo dos mortos!

Então disse aos discípulos:

— Quem se dispuser a ouvir vocês estará ouvindo a mim; quem rejeitar vocês estará me rejeitando a mim; e quem me rejeita está rejeitando aquele que me enviou.

Os setenta voltaram muito eufóricos e relatavam a Jesus:

— Senhor, aconteceram coisas incríveis. Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do seu nome, nós mandávamos que saíssem das pessoas!

Jesus respondeu:

— De fato, eu já vi isso uma vez: Satanás, cheio de orgulho e soberba, caindo do céu como um raio. Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para vencer a força do inimigo, e saírem ilesos. Porém não é esse o principal motivo nem deve ser essa a maior causa da alegria de vocês, isto é, que os espíritos maus lhes obedecem, mas vocês devem se regozijar porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu, isso sim. (Lucas 10.1-20 – LCR)

* * *

Jesus e os seus discípulos seguiam seu caminho até que chegaram a um certo povoado. Ali uma mulher chamada Marta ofereceu-lhes hospedagem. Ela tinha uma irmã que se chamava Maria, e esta sentou-se aos pés do Senhor e ouvia atentamente o que ele ensinava. Marta por sua vez, agitada, corria de um lado para o outro, executando as tarefas domésticas. O fato de Maria estar absorta aos pés de Jesus a deixou tão incomodada que Marta chegou para Jesus e protestou: — O senhor não se importa que a minha irmã fique aí sem fazer nada e me deixe aqui fazendo tudo sozinha? Mande que ela venha me ajudar. Mas o Senhor respondeu: — Marta, Marta, você está ansiosa e preocupada achando que precisa fazer muita coisa, mas na verdade, neste exato momento, há uma única coisa importante a fazer e Maria escolheu justamente essa que é a melhor de todas, por favor, não queira roubar isso dela. (Lucas 10.38-42 – LCR)

* * *

Houve um dia no qual um dos discípulos de Jesus, vendo que ele estava orando, pediu-lhe:

— Senhor, ensine-nos a orar, como João Batista ensinou os discípulos dele.

Jesus ensinou:

Pai,
santificado seja o teu nome;
venha o teu reino;
o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia;
perdoa-nos os nossos pecados,
pois também nós perdoamos a todo o que nos deve;
e não nos deixes cair em tentação.
— Imaginem só, disse Jesus ao seus discípulos, se um de vocês tiver que ir à casa de um vizinho, à meia-noite, para lhe pedir: “Vizinho, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu estou sem nada para lhe oferecer.”

— Agora imaginem se o vizinho respondesse lá de dentro: “Não me amole! Não está vendo que é muito tarde? Que a porta trancada significa que eu não quero ser incomodado? Que os meus filhos e eu já estamos na cama? Caia fora! Eu não vou me levantar daqui por nada, muito menos para lhe dar alguns pães.”

Jesus continuou:

— Eu afirmo a vocês que pode ser que o vizinho não se levante porque é amigo do que lhe bate à porta, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e, para evitar a vergonha de passar por desonrado, lhe dará tudo o que ele precisar.

— Por isso eu digo que, em certas circunstâncias, a única maneira de alguém receber o que almeja é reivindicando teimosamente; de achar é investigando corajosamente; e de abrir uma porta será batendo nela insistentemente. Porque aquele que pede recebe; aqueles que procura acha; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês seria capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe? Ou, se o filho pedir um ovo, lhe daria um escorpião?

— Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem! (Lucas 11.1-13 – LCR)

* * *

Um homem que estava no meio da multidão pediu a Jesus: — Mestre, mande o meu irmão repartir comigo a herança. Jesus indagou: — Homem, quem lhe disse que compete a mim julgar esse tipo de demanda ou de repartir propriedades entre vocês?

Então, dirigindo-se a todos, continuou: — Tenham cuidado e fujam de todo tipo de avareza* porque a vida de uma pessoa não depende da quantidade de coisas que ela possui.

A seguir Jesus contou a seguinte parábola: — Aconteceu, certa feita, que as terras de um homem rico deram grande colheita. E ele, empolgado, pensava consigo mesmo: “A produção é tanta que já não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer? Preciso achar uma solução. Ah! Já sei! — disse para si mesmo. — Vou derrubar os celeiros velhos e construir novos, bem maiores que aqueles. Assim poderei guardar neles todas as minhas colheitas, e haverá espaço para colocar junto tudo o que tenho. Aí, sim, direi à minha alma: ‘Você tem tudo que precisa para viver tranquilo por muitos e muitos anos. Agora é só descansar, comer, beber e festejar.’ ”

Só que os planos de Deus eram outros, e lhe disse: “Seu tolo! Esta noite mesmo sua alma será recolhida; e aí? quem ficará com tudo o que você acumulou?”

Jesus concluiu

— Isso é o que acontece com aqueles que só juntam riquezas para si mesmos, e por isso nunca chegam a ser ricos para Deus. (Lucas 12.13-21 – LCR)

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* Avareza é o apego demasiado e sórdido ao dinheiro. É o desejo ardente de acumular riqueza. Avareza é a falta de generosidade é a mesquinhez, a sovinice, a insignificância e miserabilidade.

* * *

Depois de ter feito severa advertência quanto à loucura dos ricos avarentos, Jesus passa a confortar os pobres em suas aflições e ansiedades:

— Celeiro nenhum, cheio ou vazio, vale uma vida, e é por isso que eu digo a vocês: não deixem que a ansiedade e a preocupação pelo que haverão de comer ou vestir roube de vocês a paz e a saúde. Pois a vida é mais do que comida, e o corpo é mais do que roupas.

Vejam as aves: não semeiam, não colhem, não têm despensas nem celeiros, todavia Deus as sustenta. Ora, vocês não valem muito mais do que as aves? Por acaso já ouviram dizer que a ansiedade aumentou um único dia à vida de alguém? Portanto, se vocês não podem mudar uma coisa tão mínima, como a quantidade de dias de vida, por que se preocupar com todas as outras coisas?

Vejam como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem tecem roupas para si mesmos. Mas eu afirmo a vocês que nem mesmo Salomão, sendo tão rico, usava roupas tão bonitas como uma dessas flores. É Deus quem veste a erva do campo, que hoje está aqui e amanhã desaparece com as queimadas. Sendo assim, estejam certos de que Deus vestirá também vocês, ainda que sua fé seja tão pequena!

Portanto, não fiquem aflitos perguntando o tempo todo: “O que vamos comer?” ou “O que vamos beber?” Pois os incrédulos deste mundo é que estão sempre preocupados com todas essas coisas. No entanto, o Pai de vocês sabe que vocês precisam de tudo isso. Portanto, busquem em primeiro lugar o Reino de Deus, e Deus lhes dará essas e todas as demais coisas de que têm necessidade.

Não tenha medo, meu pequenino rebanho; porque nosso Pai oferece a vocês nada mais nada menos que o seu próprio reino, e o oferece com a maior alegria. É por isso que vocês podem se desfazer das suas propriedades sem dor no coração, e oferecer sempre e generosamente ajuda aos pobres.

Troquem suas bolsas por outras que não se desgastem nunca, não acumulem tesouros em celeiros, mas os espalhem a céu aberto, porque no céu eles não enferrujam, lá não chega o ladrão, nem a traça consome.

Porque, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração. (Lucas 12.22-34 – LCR)

* * *

Jesus continuou ensinando aos que o seguiam:

— Eu vim para atear fogo à terra e como eu gostaria que ele já estivesse ardendo! Mas primeiro tenho de receber um batismo… e como fico angustiado enquanto isso não acontece!

—Vocês ficam aí pensando que, como os romanos, eu vim trazer paz para o mundo? Pois eu afirmo a vocês que não vim trazer esse tipo de paz. Ao contrário, a partir de agora, serei motivo de divisão, de tal maneira que se uma família tiver cinco pessoas, estas ficarão divididas: três contra duas e duas contra três.

— Acontecerá até de pais se voltarem contra os filhos, e os filhos, contra os pais. As mães vão ficar contra as filhas, e as filhas, contra as mães. As sogras vão ficar contra as noras, e as noras, contra as sogras.

Jesus disse mais ao povo:

— Entendam bem, isso tudo são sinais dos tempos. Quando vocês veem uma nuvem surgir no poente, dizem logo: “Vai chover.” E, de fato, chove. E, quando sentem que sopra o vento sul, dizem: “Vai fazer calor.” E faz mesmo.

— Hipócritas! Vocês conseguem explicar os fenômenos climáticos observando a terra e o céu, mas como é que afirmam não compreender o que está se passando justamente no tempo presente? (Lucas 12.49-56 – LCR)

* * *

Então Jesus contou esta parábola: — Certo sitiante tinha uma figueira no meio da sua plantação de uvas. Mas sempre que ia procurar nela algum figo, não encontrava nenhum. Por isso disse ao camponês encarregado de cuidar da plantação: “Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta árvore! Por que deixar que ela fique roubando a força da terra sem produzir nada?” Mas o empregado, com muito jeito, contrapôs: “Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la. (Lucas 13.6-9 – LCR)

* * *

Certo sábado, Jesus estava ensinando numa sinagoga. Chegou ali uma mulher com o espírito enfermo e já fazia dezoito anos que padecia. Por causa disso, ela andava encurvada e não conseguia se endireitar. Quando Jesus a viu, ele a chamou para perto e disse: — Mulher, você está liberta dessa enfermidade. Então impôs as mãos sobre ela, e logo ela se endireitou e passou a glorificar a Deus.

O chefe da sinagoga, contudo, ficou indignado porque Jesus havia feito uma cura no sábado, o dia sagrado de descanso. Por isso dizia à multidão: — Há seis dias nos quais é apropriado trabalhar. Pois que venham nesses dias para serem curados, mas não no sábado!

Porém o Senhor respondeu: — Farsantes! No dia sagrado de descanso, qualquer um de vocês vai à estrebaria e desamarra o seu boi ou o seu jumento a fim de levá-lo para beber água. E agora está aqui uma descendente de Abraão que Satanás prendeu durante dezoito anos. Por que é que ela não devia ser libertada dessa doença no dia de sábado?

Mediante tal resposta, os que se haviam levantado contra Jesus ficaram envergonhados, no entanto, toda a multidão se alegrava muito com as coisas maravilhosas que ele fazia. (Lucas 13.10-17 – LCR)

* * *

Jerusalém! Jerusalém!
Que matas os profetas e apedrejas os que vêm em paz!
Quantas vezes desejei aconchegar tuas crianças
como ave que abriga toda a ninhada sob a proteção das asas…
… e não quiseste! (Lc 13.34 – LCR)

* * *

Certo sábado Jesus foi convidado para comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E, claro, com a fama que tinha de ser um perturbador do sábado, todos observavam Jesus pra ver se ele aprontaria mais uma das suas. […]

Mal se deram conta de que eles é que eram observados atentamente pelo próprio Jesus. E, ao reparar como alguns convidados presunçosamente disputavam os lugares mais destacados, Jesus resolveu dar-lhes esta aula sobre a etiqueta da mesa:

«Quando você for convidado para uma festa de casamento, nunca cometa a grosseria de se sentar nos lugares reservados para as pessoas mais importantes, porque pode acontecer de chegar algum convidado mais honorável que você. Então aquele que convidou os dois terá que lhe dizer: “Com licença, este lugar está reservado para outra pessoa, queira por gentileza dar o lugar a ele.” Se isso acontecer, você terá que sair e, envergonhado, irá procurar assento entre os últimos lugares. Por isso, quando convidado, sente-se no lugar menos destacado e assim quando vier o que convidou dirá: “Amigo, o que faz aí, tão longe, venha comigo, tome assento neste lugar de honra que reservei para você.” Aí, sim, você se sentirá muito honrado diante de todos os que estiverem também à mesa. Pois todo aquele que “se acha” será rebaixado, mas o que se humilha será promovido.»

Depois Jesus, dirigindo-se àquele que o tinha convidado, disse: «Meu caro anfitrião, na próxima vez que você oferecer um almoço ou um jantar, não convide somente os seus amigos, ou irmãos, ou parentes, nem os seus vizinhos ricos. Porque eles vão querer retribuir a gentileza, convidando você para festejar também com eles. Faça diferente, quando der uma festa, convide os pobres, principalmente os que são paraplégicos, os que usam muletas e os cegos. Assim, sim, você será feliz, porque geralmente esses não têm como retribuir, e você terá o privilégio de ser recompensado pelo próprio Deus no dia da ressurreição dos justos.» (Lucas 14.1, 7-14 – LCR)

* * *

A quantidade de gente que fazia fila atrás de Jesus ia aumentando cada vez mais. Até que ele se virou para essa multidão e lhes falou assim:

«Todo aquele que quiser caminhar comigo deve me amar com amor maior do que aquele que dedica ao próprio pai, mãe, esposa, filhos, irmãos, ou irmãs, sim, com amor maior do que o que tem pela sua própria vida. Não há outra forma para ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, como eu estou fazendo, e caminhar pelos caminhos que eu caminho, não pode dizer que foi ou que é meu aluno.

«Portanto, ninguém deve começar a me seguir se não tiver primeiro considerado cuidadosamente o custo e as implicações dessa decisão.

Os que vêm atrás de mim sem tomar isso em conta são tão tolos como aquele que resolve começar a construir uma torre, para vigiar sua propriedade, sem primeiro fazer os devidos cálculos e verificar se tem dinheiro suficiente para pagar as contas. Quando cai em si, descobre que sua torre nunca passará dos alicerces, por se terem esgotado os recursos. E então vira motivo de gozação de todo mundo. “Vejam só aquele paspalho!”, diriam dele em tom de zombaria. “Começou uma torre, mas administrou tão mal os recursos que ficou sem dinheiro antes de a terminar!”

«Ou, ainda, age como um rei inconsequente que resolve declarar guerra ao seu inimigo sem primeiro consultar os seus conselheiros e verificar se com os dez mil homens de que dispõe terá força suficiente para derrotar os vinte mil que marcham contra ele. E quando na hora H se der conta de que não terá a menor chance de vencer, enquanto as tropas inimigas ainda vierem longe, tratará de enviar logo uma comissão de tréguas para discutir um desvantajoso tratado de paz.

«Quanto ao discipulado, é exatamente da mesma maneira: ninguém pode se tornar­ meu aluno sem ter primeiro calculado muito bem todas as implicações, todos os riscos, todas as responsabilidades que isso representa. Não há discipulado, sem que o aluno tenha a coragem de renunciar a tudo por amor a mim.

«Há decisões que tomamos que são irreversíveis. Vejam o sal, que é bom para muitas coisas, mas se acontecer de, por alguma razão, vir a perder o sabor, como poderia ele se tornar salgado de novo? Impossível, isso é algo irreversível. E o sal sem sabor não prestará para mais nada, não servirá nem de adubo, nem mesmo de entulho. Sem poder ser reciclado, só lhe resta ser irremediavelmente descartado. Puro prejuízo. Seu eu fosse vocês, prestaria muita atenção nisso que estou lhes dizendo.» (Lucas 14.25-33 – LCR)

* * *

A essa altura do ministério público de Jesus, era cada vez mais frequente virem cobradores de impostos, e outras pessoas de conduta reprovável, para ouvir-lhe a palavra. E o fato de Jesus se misturar assim com gente condenável provocava uma forte reação da parte dos que viviam na estrita observância das escrituras religiosas e da tradição, que era o caso dos fariseus, e dos catedráticos da lei, chamados escribas, que o criticavam de maneira ferina: “Esse aí trata qualquer um como se fosse gente digna, e tem a petulância de comer com eles!”

Então Jesus lhes contou a seguinte estória:

«Era uma vez, um homem que tinha um rebanho com cem ovelhas. Certo dia uma delas se desgarrou e se perdeu. O pastor deixou, então, as outras noventa e nove no deserto e saiu à procura da que se perdera. E ele não desistiu de procurar até a encontrar. Quando a achou, colocou-a sobre os ombros e voltou para cassa, carregando a ovelha, transbordando de alegria. Quando chegou em casa, tratou logo de convidar seus amigos e vizinhos dizendo: “Venham compartilhar da minha alegria, porque achei a ovelha que estava perdida.”

«Notem que no reino dos céus acontece exatamente assim: Há mais regozijo quando um pecador, que outrora estava perdido longe de casa, volta para Deus, do que por noventa e nove que se julgam justos e acham que não precisam se arrepender de nada!»

«Tem também aquela outra estória:

«Uma mulher tinha dez valiosas moedas, dessas que as noivas usam em seus trajes nupciais. Mas aconteceu de vir a perder uma delas dentro da sua própria casa. Sabem o que ela fez? Acendeu uma lâmpada e vasculhou por toda a parte. Como estava difícil encontrar a moeda, pegou uma vassoura e começou a varrer cada recanto da casa. Ela fez esse trabalho cuidadosamente e não desistiu até que finalmente achou a preciosa moeda? E depois de tê-la encontrado, chamou as amigas e vizinhas exclamando: “Venham comemorar comigo porque achei a moeda perdida.”

«Mais uma vez, vejam que é assim também entre os anjos de Deus: eles ficam transbordando de alegria quando um pecador se arrepende porque reconhece estar perdido, mesmo dentro de casa.» (Lucas 15.1-11 – LCR)

* * *

Certo homem vivia em uma fazenda com seus dois filhos.
Ali, não lhes faltava abrigo ou pão.

Mas chegou um dia em que o caçula fez uma proposta muito indecente ao seu pai: “Pai”, disse ele, “eu quero receber minha herança agora. O senhor pode me adiantar a minha parte?
O pai, ao que parece, não teve como dissuadi-lo, e acabou por antecipar o inventário, repartindo os bens da família entre os dois filhos.

Poucos dias depois, o caçula ajuntou tudo o que era seu e partiu para uma região muito distante dali. Nesse lugar passou a viver uma vida desregrada e consumista, acabando por desperdiçar tudo o que tinha.

Não bastasse o fato de o rapaz ter consumido toda a herança que recebera, coincidiu de sobrevir uma grande fome àquela redondeza. E ele começou a passar necessidade. Procurou, então, um dos moradores daquela terra e pediu ajuda. Este, a contragosto, o mandou para a sua fazenda a fim de que se encarregasse de tratar dos porcos.

Ali, em meio àquele trabalho degradante, segundo tudo que havia aprendido na sua casa paterna, passava fome, a ponto de sentir vontade de comer os indigestos frutos dos carvalhos que os criadores costumavam dar aos porcos para melhorar o sabor da sua carne, mas nem isso lhe davam.

Foi então que o rapaz pôs a mão na consciência e se deu conta da situação em que se havia metido, e recordou-se da vida que levava antes de sair de casa. E pensava consigo mesmo: “Quantos trabalhadores do meu pai têm comida com fartura, e eu estou aqui morrendo de fome! Só há uma coisa a fazer, vou voltar para a casa do meu pai. Chegando lá, hei de lhe dizer: ‘Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho. Aceite-me, por favor, meramente como um dos seus trabalhadores.’ Com essa intenção, tratou de se levantar e voltar para a casa do pai.

Quando o rapaz ainda estava na estrada, a uma boa distância de casa, o pai, que cheio de saudades, ficava sempre de olho no horizonte, o avistou. Vendo o estado lastimável do filho, correu ao seu encontro, cheio de paixão e compaixão, o abraçou, e beijou.
O filho foi logo recitando o discurso ensaiado no chiqueiro: “Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!”

Mas o pai, sem dar-lhe chance de concluir sua dissertação, ordenou aos empregados: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. Também preparem o bezerro cevado. Vamos começar preparar uma grande festa. Porque este meu filho estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado.” E começaram a festa.

Enquanto isso, o filho mais velho estava trabalhando no campo. Quando ele voltou e chegou perto da casa, ouviu a música e viu que havia muita gente dançando alegremente. Então chamou um empregado e perguntou: “O que é que está acontecendo?” O empregado respondeu: “O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. E para comemorar o seu pai mandou matar o bezerro gordo.”

O filho mais velho ficou furioso e se recusou a entrar.

Percebendo o que se passava, o pai veio para fora e insistiu com ele para que entrasse. Mas ele desabafou: “Faz tantos anos que trabalho feito escravo para o senhor sem nunca desobedecer a uma única ordem sua. Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma festa com os meus amigos. Porém esse esbanjador do seu filho desperdiçou tudo o que era do senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora, que ele comete o descaramento de voltar a esta casa, e o senhor tem a coragem de mandar matar o bezerro cevado?!”
Então o pai, pondo as mãos sobre os ombros daquele jovem, respondeu: “Meu filho, nós estamos juntos todos os dias, você não se dá conta de que tudo o que é meu é seu. Mas, quanto ao seu irmão, era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Porque este seu irmão, sim, o seu irmão, estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.” E então…? Tem certeza de que não quer se juntar a nós na festa…? (Lucas 15.11-32 – LCR)

* * *

Jesus contou aos discípulos ainda a seguinte estória:

«Havia um rico proprietário de terras cujo administrador fora denunciado por malversação dos recursos que estavam a seu encargo.

«Diante disso, o patrão chamou o administrador e lhe disse: “É mesmo verdade isso tudo que que estão me contando a seu respeito? Assim sendo, e já que você não diz nada em sua defesa, só lhe resta entregar os livros contábeis, porque você não pode mais continuar sendo um administrador.”

«Despedido do seu emprego, o administrador pensou consigo: “E agora, o que será de mim? Estou liquidado. Como haverei de sobreviver? Já não tenho vigor para voltar para a roça, nem forças para tornar a pegar na enxada. E não suportaria a vergonha se tiver que vir a pedir esmolas. Mas…, espere um pouco, tive uma ideia! Já sei como abrir a porta de algumas casas que poderão vir a me oferecer trabalho assim que eu sair daqui.”

«E tratou de pôr sua ideia em prática: Convocou um por um dos devedores do patrão e perguntou ao primeiro: “De quanto é mesmo a sua dívida?” “Cem barris de azeite” respondeu ele. “Exato, e aqui está o contrato que você assinou”, disse o administrador. “Agora, rasgue-o depressa e assine outro dizendo que deve cinquenta barris.”

Mandou entrar o segundo e lhe perguntou? “E você, quanto lhe deve?” “Cem sacos de trigo.” “Vê, aqui está a promissória, troque-a por esta outra de apenas oitenta sacos.”

«O homem rico não teve alternativa senão reconhecer e elogiar a astúcia daquele velhaco.

«Moral da estória: Os filhos das trevas são bem mais espertos nas coisas que lhes dizem respeito do que os filhos da luz.» (Lucas 16.1-8 – LCR)

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«Querem uma sugestão? Se lhes cair nas mãos dinheiro sujo [porventura há dinheiro que não o seja?], em lugar de comprar coisas, comprem amigos. De modo que se vocês vierem a ficar na miséria, esses amigos os recebam na mansão eterna.

«Porque, a regra é clara: se vocês não forem dignos de confiança nas riquezas materiais, que têm origem injusta, quem será o tolo que os colocará como responsáveis pelas justas e verdadeiras riquezas?

«Se vocês não se mostraram leais ao aplicar o dinheiro dos outros, por que haveriam de, um dia, ter o direito de cuidar do seu próprio dinheiro?

«Até hoje ninguém conseguiu servir a dois patrões, simultânea e satisfatoriamente. Porque, mais cedo ou mais tarde, acaba gostando mais de um e desprezando o outro e, consequentemente, se dedica mais a um e negligencia o outro.

«Acreditem!, vocês nunca conseguirão servir, ao mesmo tempo e com a mesma devoção, a Deus e ao dinheiro.» (Lucas 16.9-13 – LCR)

* * *

Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, banqueteava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de úlceras, que era deixado junto aos portais da casa do rico; e desejava alimentar-se das migalhas que caíam do cenáculo do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as feridas.

Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado. No reino dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu colo. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.

Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.

Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. (Lucas 16.19-31 – LCR)

* * *

Os apóstolos suplicaram: Senhor, aumenta a nossa fé. O Senhor lhes respondeu: Se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, vocês poderão dizer a esta amoreira: Arranque-se daí e transplante-se no mar; ela obedecerá. (Lucas 17.5-6)

* * *

Agora reflitam comigo: Qual de vocês que tendo um empregado ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Venha logo e sente-se à mesa, veja o que preparei para você? Pelo contrário! Provavelmente o que você lhe diria é: Que bom que você está de volta, agora você pode vestir o avental e ir preparar o jantar para mim; quando o jantar estiver pronto, venha e me sirva enquanto eu como e bebo; depois que eu terminar você poderá comer e beber também.

Por acaso vocês acham que o senhor deveria agradecer ao servo porque este fez o que deveria fazer? Pois não há de ser diferente com vocês: Por essa razão, depois que tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, digam: Somos servos inúteis, porque não fizemos mais do que a nossa obrigação. (Lucas 17.7-10 – LCR)

* * *

Jesus seguia viagem para Jerusalém. O caminho que escolheu o obrigou a passar por entre as regiões da Samaria e da Galileia. Quando estava entrando num povoado, vieram ao seu encontro dez leprosos. Eles pararam a certa distância, como a lei exigia, mas de longe gritavam:

— Jesus, Mestre, tenha misericórdia de nós!

Ao vê-los, Jesus lhes disse:

— Vão e apresentem-se aos sacerdotes para que eles examinem vocês e vejam que estão purificados.

Quando iam pelo caminho, se deram conta de que estavam de fato curados. Aconteceu que um deles, que era samaritano, quando viu que estava curado, voltou louvando a Deus em voz alta. Ajoelhou-se aos pés de Jesus e lhe dava muitas graças.

Jesus disse:

— Não eram dez, os que estavam contigo e foram curados? Onde estão os outros nove? Por que somente este estrangeiro voltou para glorificar a Deus?

Então Jesus disse ao homem agradecido:

— Levante-se e siga o seu caminho. Você foi salvo por sua fé. (Lucas 17.11-19 – LCR)

* * *

Jesus contou uma parábola para convencer os discípulos de que eles não deviam desanimar facilmente em suas orações, e que esta prática requer perseverança:

— Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus, nem respeitava os direitos humanos. Nessa mesma cidade vivia uma viúva que suplicava insistentemente por uma audiência, para pedir justiça: “Ajude-me, aplicando a lei que garante o meu direito, nesta disputa judicial contra o meu oponente!”

— Durante muito tempo o juiz não fez caso da viúva. Mas afinal pensou melhor: “É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito os direitos humanos. Porém, como esta viúva não para de me importunar, vou cuidar logo para que a justiça seja feita no seu caso. Porque se eu não fizer isso, ela não vai parar de me amolar e vai acabar me prejudicando.”

E Jesus continuou:

— Perceberam o que foi que o juiz injusto fez? Vocês não acham então que Deus, que não se compara a esse juiz, deixaria de fazer justiça a favor do seu próprio povo, que suplica por socorro dia e noite? Vocês acham que Deus se demoraria em vir ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que, muito diferente do juiz injusto, ele julgará a favor do seu povo e fará isso sem morosidade alguma.

Mas…, pensando bem, quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé na terra? (Lucas 18.1-8 – LCR)

* * *

Jesus também contou outra estória, desta vez, a propósito dos que se gabam de serem melhores que os outros, e por isso desprezam os demais.

«Dois homens subiram ao templo para participar da oração pública diária, um era fariseu e o outro, cobrador de impostos.

O fariseu, de pé e isolado, porque não queria se misturar com os demais, orava assim:

“Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como as outras pessoas, especialmente as desonestas, trapaceiras e adúlteras, tal como aquele cobrador de impostos ali! Ao contrário: Jejuo não uma, mas duas vezes por semana e dou a Deus um décimo, não só do que a lei prescreve, mas de tudo o que ganho!”

O cobrador de impostos, por sua vez, mantinha-se à distância e, enquanto orava, não ousava se aproximar do altar, nem sequer erguer os olhos para o céu; antes batia no peito, exclamando:

“Ó Deus, por tua misericórdia, recebe este sacrifício em meu lugar, pois sou pecador, e sou eu quem deveria ser imolado nesse altar”.

Pois eu digo a vocês que quem voltou para casa perdoado foi este pecador e não o fariseu!

Mais uma vez, aqui, se aplica muito bem aquele provérbio que diz: “Todo que se auto‑engrandece será humilhado, mas o que se humilha será honrado.”» (Lucas 18.9-14 – LCR)

* * *

Tendo entrado em Jericó, Jesus ia atravessando a cidade. Ora, morava ali um homem rico, chamado Zaqueu. Ele queria muito ver quem era esse tal Jesus, mas não podia, por causa da multidão, e por que, embora fosse o maioral dos cobradores de impostos do lugar, era de pequena estatura.

Então teve uma ideia: correu adiante da multidão, até onde havia algumas árvores, e subiu numa figueira brava, certo de que assim poderia ver Jesus, quando por ali passasse.

Quando chegou àquele ponto do caminho, Jesus olhou para cima, viu Zaqueu e lhe disse: “Zaqueu, desça depressa, pois hoje pretendo ficar na sua casa.” Zaqueu desceu depressa e o hospedou na sua casa com muita alegria.

Só que os moradores do lugar, ao verem isso, começaram logo a resmungar: “Veja se isso tem cabimento. Este homem foi se hospedar justo na casa do maior pecador da paróquia!”

Zaqueu, então, se levantou e disse ao Senhor: “Senhor, pensei bem e tomei uma importante decisão: eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, já que tenho roubado tanta gente, a partir de hoje vou restituir-lhes quatro vezes mais o montante defraudado.”

Nesse momento Jesus exclamou: “Hoje a salvação entrou nesta casa, pois também este é filho de Abraão. Para isso mesmo veio o Filho do Homem: para buscar e salvar quem está perdido.” (Lucas 19.1-10 – LCR)

* * *

Alguns dos discípulos comentavam acerca da beleza e da imponência do Templo de Jerusalém, admirados com as impressionantes pedras que ornamentavam os seus muros, e com todas aquelas oferendas comemorativas depositadas sobre elas.

No entanto, a esse respeito, Jesus disse:

“Não vai demorar muito para que todas essas coisas, que vocês tanto admiram, venham abaixo, e não ficará pedra sobre pedra.”

Então lhe perguntaram:

“Professor! Quando é que isso vai acontecer? Haverá algum sinal de que isso está para acontecer logo?”

Jesus respondeu:

“Que ninguém se iluda. Virão muitos apresentando­-se em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o tal’ e ‘Chegou o Grande Dia’. Mas não deem crédito a esses impostores! E mesmo quando ouvirem falar em guerras, distúrbios e revoluções, não entrem em pânico. De facto, é inevitável que estas coisas aconteçam, mas isso não significa que o fim chegará imediatamente.”

E ele continuava a dizer-lhes:

“Porque nação se levantará contra nação, e povo contra povo. E haverá grandes terremotos, e epidemias, e fome, e isso em muitos países, e também acontecerão coisas extraordinárias nos céus.

“Mas, antes disto tudo, irão perseguir e capturar vocês, e os levarão presos para as sinagogas e prisões, e os arrastarão das prisões à presença de reis e governantes, por causa do meu nome. Isto acontecerá para que vocês tenham a honra de dar testemunho a meu respeito. Contudo, não se preocupem quanto a como devem responder às acusações que fizerem contra vocês, porque lhes darei as palavras certas e sabedoria tal a que nenhum dos vossos inimigos poderá refutar os seus argumentos.

“E,  mais, pode acontecer que que vocês sejam traídos até mesmo pelos que lhe são mais próximos. Os seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, farão com que sejam presos, e alguns de vocês serão assassinados. E todos vos odiarão por se chamarem pelo meu nome. Contudo, asseguro-lhes, nem um único cabelo da vossa cabeça se perderá. É permanecendo firmes que vocês salvarão sua vida.” (Lucas 21.5-19 – LCR)

* * *

Chegaram finalmente ao Calvário, e foi nesse lugar, em forma de caveira, que crucificaram Jesus junto com outros dois criminosos, um à sua direita e outro à sua esquerda.

[Em meio à agonia, contudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa esta gente! Eles não têm a menor ideia do que estão fazendo.”]

Indiferente, os soldados jogavam dados para decidir como haveriam de repartir entre si as roupas de Jesus.

A multidão curiosa ficava lá, assistindo à cena.

As autoridades pedantes se divertiam zombando: “Vejam só! Ele não andou por aí salvando tanta gente? Pois que se salve a si mesmo, se de fato é o Messias.”

Também os soldados troçavam de Jesus. Vinham até ele e lhe ofereciam vinagre para beber. E caçoavam: “Se você é mesmo o rei dos judeus, desça daí e salve-se a si mesmo!”

Lá no alto da cruz estava afixada uma tabuleta com a epígrafe [em caracteres gregos, romanos e hebraicos], “ESTE É O REI DOS JUDEUS”.

Quanto aos criminosos crucificados ao seu lado, um deles também zombava: “Se você é o Messias, o que está esperando? Salve sua pele, e também a nossa!”

Mas o outro malfeitor o censurava: “Mas será que você não teme a Deus? Ainda mais sabendo que fomos condenados pelo mesmo motivo que ele? No nosso caso, a condenação é merecida, e estamos sendo castigados por causa do que praticamos. Mas ele? Ele não tem culpa de nada, pois não fez nada de mau.”

Então, suplicou: “Jesus, não se esqueça de mim quando você voltar como Rei.”

Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no paraíso.” (Lucas 23.33-43 – LCR)

* * *

Quando o universo ficou maduro, sim, na plenitude do tempo, que é quando o cotidiano fica sagrado, foi então que a Poesia Eterna, que outrora por amor havia dado à luz a Luz e as Estrelas, o Sol e a Lua, finalmente se fez Criança e habitou entre nós cheia de ternura e bondade, que é a maior de todas as verdades. (cf. Jo 1.14 – LCR)

* * *

No dia seguinte [àquele da discussão sobre o batismo com os fariseus], João viu que Jesus se aproximava, então, apontando para Jesus, exclamou: “Eis aí o Cordeiro de Deus, que apaga o pecado do mundo! Era a respeito dele que eu me referia quando disse a vocês: ‘Depois de mim vem um homem que veio antes de mim, pois já era antes mesmo de eu vir a ser alguma coisa.’ Eu não o conhecia, mesmo assim, foi para isso que eu vim batizando com água: para torná-lo manifesto.”

João continuou dando testemunho a respeito de Jesus: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e voar e revoar sobre ele. Eu não fazia ideia de quem seria esse homem, mas Deus, que me mandou batizar com água, me havia dito: ‘Você verá o Espírito descer e voar e revoar sobre um homem. Pois esse é precisamente aquele que batiza com o Vento Sagrado.’ E eu vi isso acontecer e por esse motivo posso afirmar que ele é o Filho de Deus.” (João 1.29-34 – LCR).

* * *

No dia seguinte [àquele no qual dera seu testemunho a respeito de Jesus], João estava outra vez no mesmo lugar com dois dos seus discípulos. Quando viu que Jesus ia passando, exclamou: “Lá está! O Cordeiro de Deus!”

Quando os dois discípulos de João ouviram isso, começaram a andar atrás de Jesus. Então Jesus se virou, olhou-os fixamente, à medida que o seguiam, então lhes perguntou: “O que é que vocês querem?”

Eles responderam com outra pergunta: “Rabi, onde é que o senhor está hospedado?” (“Rabi” quer dizer “mestre”.) “Venham e vejam!”, foi o que lhes respondeu Jesus. Então eles foram com ele e viram onde Jesus estava instalado e permaneceram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu por volta das quatro horas da tarde.

André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que haviam dado ouvidos a João e por isso tinham ido atrás de Jesus. A primeira coisa que André fez, assim que teve chance, foi procurar o seu irmão Simão e contar para ele: “Achamos o Messias.” (“Messias” quer dizer “Cristo”.) E André tratou de trazer o seu irmão a Jesus. Quando chegaram onde Jesus estava, Jesus fixou os olhos em Simão e disse: “Você é Simão, filho de João; mas de agora em diante você será chamado Kefas.” (“Kefas” é o mesmo que “Pedro” e quer dizer “pedra”.) (João 1.35-42 – LCR).

* * *

Entre os líderes judeus havia um homem chamado Nicodemos, muito zeloso da lei, pois pertencia ao grupo dos fariseus.

Aconteceu que, em certa ocasião, tendo esperado cair a noite, ele foi ter com Jesus e disse:
— Rabino, nós deduzimos que o senhor só pode ser um mestre enviado de Deus, pois ninguém conseguiria fazer esses milagres se Deus não estivesse com ele.

Jesus respondeu:
— Eu posso lhe garantir uma coisa: ninguém pode ver o Novo Mundo de Deus se não nascer de novo.

Nicodemos perguntou:
— Como assim? Um homem velho pode nascer de novo? Pode ele voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?

Jesus disse:
— Mais uma vez eu lhe dou a minha palavra: ninguém pode entrar no Novo Mundo de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce de um parto natural herdará a natureza humana; e quem nasce do Espírito receberá a natureza espiritual. Por isso você não deveria ficar assim tão admirado porque eu disse que todos precisam nascer de novo. Observe: O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho [que ele faz na copa das árvores, nas ondas da praia, na areia do deserto], mas a gente nunca sabe ao certo de onde ele vem, nem para onde vai. A qualquer momento ele pode mudar de direção. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito.

— Mas como pode ser isso, por mais que eu tente, não consigo entender? — perguntou Nicodemos.

Jesus respondeu:
— Ora, você é catedrático do povo de Israel e não consegue entender o que acabo de lhe dizer? Pois eu torno a afirmar que isto é verdade: nós falamos daquilo que sabemos e contamos o que temos visto, mas vocês não querem aceitar a nossa mensagem. Se vocês não creem quando falo das coisas da terra [do parto e do vento], como crerão se eu falar das coisas do céu [do Novo Mundo de Deus]? Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu.

— Assim como Moisés, no deserto, levantou a serpente de bronze numa haste, também o Filho do Homem precisa ser levantado [primeiro na cruz, depois da sepultura], para que todos os que depositarem nele sua confiança encontrem a vida plena e eterna. Porque Deus amou o mundo tanto e de tal maneira, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Sim, entenda bem isso: Deus mandou o seu Filho não para julgar e condenar, mas para salvar o mundo.

— Portanto, aquele que crê no Filho não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus. E o julgamento é simples assim: Deus enviou a luz ao mundo, mas as pessoas amaram mais a escuridão do que a luz, porque sua conduta era perversa. Ora, todos os que praticam o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém venha a descobrir as coisas más que fazem. No entanto, os que vivem de acordo com a verdade, estes se aproximam da luz e assim se pode ver claramente que as suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus. (João 3.1-21 – LCR).

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Quando, pois, viu a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum à sua procura. E, tendo-o encontrado no outro lado do mar, lhe perguntaram: Mestre, quando chegaste aqui? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo. […] Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. (Jo 6.24-35 – LCR)

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Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi ao povoado de Betânia [que significa “Casa dos pobres”]. Era lá que morava Lázaro, a quem ele tinha ressuscitado. Seus amigos e amigas prepararam um jantar para receber Jesus. Durante o jantar, Marta, a diaconisa, ajudava a servir os convidados, e Lázaro, a quem Jesus amava, era um dos que estavam à mesa fazendo-lhe companhia.

De repente chegou Maria com um frasco cheio de excelente perfume, feito de nardo puro [uma planta rara nativa do Himalaia]. Ela verteu o perfume generosamente e massageou os pés de Jesus, depois começou a enxugá-los com os seus cabelos. Por causa disso a casa toda ficou perfumada.

Só que Judas Iscariotes, justo aquele discípulo que haveria de trair Jesus, disse: — Que desperdício! Esse perfume vale mais do que o salário de um ano inteiro de um trabalhador. Por que não foi vendido, e o dinheiro, dado aos pobres?

Judas disse isso da boca pra fora, porque no fundo não ligava a mínima para os pobres. Desconfiava-se que, com a desculpa de tomar conta da bolsa de dinheiro, costumava tirar do que punham nela, isso sim.

Então Jesus respondeu:

— Deixe Maria em paz! Ela está preparando meu corpo para o sepultamento. Quanto aos pobres, todos os dias estão entre vocês aos milhares, mas eu não estarei com vocês para sempre. (Jo 12.1-8)

* * *

Deixo-vos de herança um antigo mandamento que continua novinho em folha:
Que vocês se amem mutuamente de maneira incondicional;
da mesma maneira como eu amei vocês: incondicionalmente.
Esta é a evidência que comprovará que vocês são realmente discípulos meus:
se vocês viverem esse amor sem porquês, uns pelos outros. (Jo 13.34-35 – LCR)

* * *

Jesus disse: — Não fiquem assim com o coração apertado. Confiem em Deus, confiem também em mim. Na casa do meu Pai há muitos cômodos, la tem lugar para todo mundo, e eu vou preparar um quarto para vocês. Se não fosse desse jeito, eu lhes diria.

E, depois que eu for e arrumar o quarto para vocês, voltarei e os acompanharei para que vocês possam vir morar comigo na mesmo casa. E é claro que vocês já conhecem o caminho para o lugar aonde eu vou.

Então Tomé perguntou: — Senhor, nós não fazemos ideia de para onde o senhor vai, como iríamos conhecer o caminho?

Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Quem me conhece, conhecerá também o meu Pai. E desde agora vocês o conhecem e o têm visto.

Filipe disse a Jesus: — Senhor, apresente-nos ao seu Pai, e isso nos bastará.

Jesus respondeu: — Já estou com vocês a tanto tempo, Filipe, mas pelo jeito você ainda não me conhece. Estou lhe dizendo que quem vê a mim vê também o Pai. Então, por que você insiste em pedir: “Apresente-nos o Pai”? Acaso você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?

Então Jesus disse aos discípulos: — O que eu digo a vocês não digo por mim mesmo; o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho por meu intermédio. Creiam no que lhes digo: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Se vocês não conseguem crer no que eu digo, creiam ao menos por causa do que eu faço.

Eu garanto a vocês que isto é verdade: quem crê em mim fará as mesmas coisas que eu faço e fará outras ainda mais extraordinárias.

Eu vou para ficar junto do Pai, por isso, tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei, a fim de que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. Se vocês pedirem alguma coisa em meu nome eu farei. (João 14.1-14 – LCR)

* * *

Jesus, respondeu [a Judas, não o Iscariotes] dizendo-lhe:
 
— Se uma pessoa me ama de verdade, ficará atenta à minha palavra, e o meu Pai a amará incondicionalmente. E o meu Pai e eu viremos morar com ela. A pessoa que não me ama não dá atenção à minha palavra. Ora, a palavra que vocês estão ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
 
— Digo estas coisas enquanto ainda estou na companhia de vocês. Mas, depois da minha partida, quem ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se recordem de tudo o que eu disse será o Espírito Santo, um conselheiro que o Pai lhes enviará em meu nome.
 
— Deixo para vocês a paz. E a minha paz não é a mesma paz que o mundo romano dá. Por isso, não fiquem com o coração desassossegado, nem amedrontados.
 
— Vocês já me ouviram dizer: “Eu vou partir, mas voltarei para morar com vocês.” Se vocês me amam de verdade, ficarão felizes por mim, sabendo que vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
 
— Digo essas coisas a vocês antes que aconteçam, para que, quando acontecerem, vocês creiam e continuem fiéis. (João 14.23-29 – LCR)

* * *

Então você é rei? — perguntou Pilatos.
— É você que está dizendo que eu sou rei! — respondeu Jesus. — Foi para falar da verdade que eu nasci e vim ao mundo. Quem está do lado da verdade ouve a minha voz. (João 18.37 – LCR)

* * *

Tomé pertencia ao grupo dos doze discípulos mais próximos de Jesus. Seus amigos o tratavam por Dídimo, que significa “gêmeo”, muito embora não se tenha notícias do paradeiro desse seu suposto irmão ou irmã.

Os outros discípulos lhe trouxeram a inesperada notícia: Vimos o Senhor, ele esteve aqui no domingo à noite, pena que você não estava.

Mas Tomé era do tipo que não se contentava com palavras, ele queria provas: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.

Passados oito dias desse acontecimento, justamente no domingo seguinte, os discípulos se reuniram novamente no cenáculo, aquele mesmo no qual haviam celebrado a última ceia com Jesus. Só que desta vez Tomé estava com eles.
 
Estando as portas trancadas, sem que se explique como, veio Jesus, pôs-se em pé no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!
 
E logo, voltando-se para Tomé, disse: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.
 
Então Tomé proferiu a sua mais sublime profissão de fé: Senhor meu e Deus meu!
 
A isso Jesus respondeu: Porque me viste, creste? Pois eu lhe afirmo que muito mais felizes são os que não viram e creram. (João 20.24-29 – LCR)

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Certa vez, os apóstolos estavam reunidos com Jesus. Então lhe perguntaram:
— É agora que o senhor vai devolver o comando do Reino para o povo de Israel?

Jesus respondeu:
— Não cabe a vocês saber a respeito da ocasião ou do dia que o Pai determinou para aquilo que é da competência exclusiva dele. Porém, quando o Espírito Santo vier morar em vocês, a autoridade será tão natural para vocês como a roupa que usam e, então, vocês poderão ser meus embaixadores em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra.

Depois de ter dito isso, Jesus foi levado para o céu diante deles. Então uma nuvem o encobriu, e eles não puderam vê-lo mais.

Eles ainda estavam olhando firme para o céu enquanto Jesus subia, quando dois homens vestidos de branco chegaram perto deles e disseram:
— Homens da Galileia, por que vocês estão aí com esse olhar perdido, contemplando o céu? Esse Jesus que estava com vocês e que foi levado para o céu voltará do mesmo modo que vocês o viram subir. (Atos 1.6-11 – LCR)

* * *

Os amigos de Jesus estavam todos escondidos, fechados no mesmo lugar; de repente, soprou do céu um vento impetuoso, e arejou toda a casa onde estavam. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, que é o sopro Divino, o hálito de Deus, o fôlego da vida, e passaram a falar em diversas línguas, inclusive a nova língua do povo, segundo o Espírito os capacitava a falar. (Atos 2.1-4 – LCR)

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Suplico-vos que não vos conformeis com a efemeridade do presente século, mas metamorfoseai-vos, alargando os horizontes da vossa mente, e apresenteis os vossos corpos como oferenda viva, suave e agradável, diante do Eterno: pois esse é o único culto verdadeiramente inteligente. (Romanos 12.1-2 – LCR)

O amor é eterno. [Diz o apóstolo]… Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança. O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é incompleto, mas depois conhecerei plenamente, assim como sou conhecido por Deus. Portanto, para viver a vida no presente existem estas três coisas importantes: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas, a única que permanecerá para sempre, é o amor. (1 Coríntios 13.8, 11-13 – LCR)

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2 Comentários

  1. Muito bom ler a Bíblia traduzida por você, Luiz Carlos Ramos! ❤️❤️❤️

  2. Parabéns, Luís, tudo muito bom. Grande abraço.

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