Bem-aventurados os bem-aventurados!
(Áudio: 1:46 | Texto: Mateus 5.3-11, versão de Rubem Alves | Alocução: Luiz Carlos Ramos | Música Liséte Espíndola)
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Bem-aventurados os que têm saudade de Deus;
o Reino dos Céus lhes pertence.
Bem-aventurados os tristes;
consolo lhes será dado.
Bem-aventurados os de espírito manso;
a terra lhes será dada por posse.
Bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça;
eles serão satisfeitos.
Bem-aventurados aqueles que mostram misericórdia;
porque eles receberão misericórdia.
Bem-aventurados aqueles cujos corações são puros;
eles verão a Deus.
Bem-aventurados os que lutam pela paz;
Deus os chamará de filhos.
Bem-aventurados aqueles que têm sofrido
perseguição por causa da justiça;
o Reino dos Céus lhes pertence.
(Mt 5.3-11, ver. de Rubem Alves)
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(“Bem-aventurados os bem-aventurados”: Áudio 3:54 | Texto e alocução: Luiz Calos Ramos | Trilha: Beautiful female vocal Mix, Julie Elven Vol 1, Voice of a Goddess)
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Aqui, o Poeta de Nazaré traça, com linhas suaves, a doce fisionomia do bem-abenturado.
A expressão “bem-aventurado” se refere à quem é feliz, bem-fadado, sortudo, felizardo, afortunado, venturoso, ditoso. Por isso causa estranheza que tal adjetivo se aplique a quem é pobre, faminto, injustiçado, perseguido.
Acontece que o senso comum nos impele a buscar a felicidade na riqueza, no prestígio, no sucesso, no triunfo sobre tudo e subjugando a todos.
No entanto, esses, que geralmente ocupam o topo das hierarquias sociais e institucionais, não são felizes. Conquanto bajulados pela frente, mal viram as costas, logo são amaldiçoados pelos mesmos bajuladores, por isso são mal(-)ditos, infelizes, detestados porque detestáveis.
Só aqueles que se despem de toda presunção e arrogância, se destituem de toda tirania e autoritarismo, só os que se esvaziam de divindades e prepotências, sim, só os que abrem mão de tudo para então assumir a estatura e a ternura do servo mais humilde é que recebem o dom da bem-aventurança.
A última vez que visitei meu querido amigo, Reverendo Luciano, foi três dias antes da sua morte. Ele estava muito debilitado. Sofria dores e uma sede sem fim. Pele e osso. Muito da sua enfermidade, sabe-se, foi consequência do bullying praticado por colegas e das perseguições da parte de autoridades eclesiásticas. E, a despeito de tudo, permanecia manso, sereno, humilde…
Foi ali, olhando seu rosto e corpo esqueléticos, suas olheiras e olhos profundos, que eu vi materializado, bem na minha frente, o perfil do bem-aventurado descrito pelo poeta de Nazaré.
Porque os verdadeiramente bem-aventurados são os humildes, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os pacificadores, os perseguidos e injuriados por causa da justiça.
Você conhece alguém com essa fisionomia, com esse perfil? Se sim, que privilégio!
Quando se olha no espelho, o que você vê? Espero que não seja o infeliz reflexo de um desventurado, mas a doce fisionomia do bem-aventurado?
Bem-aventurados os bem-aventurados!
Reverendo Luiz Carlos Ramos†
Quarto Domingo após Epifania | Ano A, 2016-2017
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Mateus 5.3-11, versão de Rubem Alves
Bem-aventurados os bem-aventurados, de Luiz Carlos Ramos
Minha paráfrase do salmo 1, começando do fim:
O Eterno sabe muito bem
Como o justo leva a vida.
A vida do injusto, porém
É uma estrada sem saída.
Ele sofrerá condenação
Sem os justos vai ficar.
Como palha seca no chão
Que o vento leva pelo ar.
Porém o justo, esse não!
É igual a árvore frondosa.
Prospera no que põe a mão
Possui uma vida operosa.
A alegria do seu coração
Repousa na lei do Eterno.
No céu tem sua meditação
E livra sua alma do inferno
Quer ser de verdade feliz?
Não ande com má companhia.
Não tenha uma dura cerviz
Nem ande com a mente vazia.
Espero que goste da minha leitura do salmo1, Rev.
Maravilha, Alcinei! Gostei muito!
Abraço,
luiz
Luiz maravilhosa narração… sempre é muito bom ouvi-lo.