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T e x t o s & T e x t u r a s

Deus do improvável e do desprezível

Mateus 1.18-25

O nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, a sua mãe, estava prometida em casamento para José. Mas antes que estivessem morando juntos ela ficou grávida pelo Espírito Santo. José, seu noivo, era considerado um homem íntegro e por isso resolveu desmanchar o contrato de casamento discretamente, para não difamar Maria.

Enquanto José pensava em como faria isso, um mensageiro de Deus apareceu a ele num sonho e disse:

— José, descendente de Davi, não tenha medo de receber Maria como sua esposa, pois ela está grávida pelo Espírito Santo. Ela dará à luz um menino, e você porá nele o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo de todos os pecados.

Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Javé tinha dito por meio do profeta: “A jovenzinha ficará grávida e terá um filho que receberá o nome de Emanuel.” (Emanuel quer dizer “Deus está conosco”.)

Quando José acordou, fez o que o mensageiro de Deus havia ordenado e se casou com Maria. Porém não teve relações com ela até que a criança nasceu. E José pôs no menino o nome de Jesus.

* * *

Para Mateus, cumpriu-se a profecia de Isaías 7, a promessa de que Deus enviaria um Salvador que habitaria no meio do povo, Emanuel.

Mateus vê no nascimento de uma criança, filho de uma jovenzinha que engravidara antes de estar casada formalmente, a ação salvadora do Espírito Santo. Reconhece na fragilidade da criança recém-nascida a presença do Deus conosco.

Mateus também não está isento dos condicionamentos sociais e culturais do seu tempo, mas a despeito de tudo seu relato não deixa de ser revolucionário, pois em grande parte supera enormes barreiras e preconceitos: o da mãe solteira, o do marido difamado, o da criança enjeitada, o pensamento de que Deus só age nas elites e só se manifesta aos poderosos…

O que é convencionalmente considerado pecado, pela sociedade preconceituosa e arrogante, é sinal de salvação para aqueles que têm olhos para ver Deus agindo no mundo.

E a ação de Deus, aqui, é protagonizada por um carpinteiro, artesão, que ocupa a base mais inferior da pirâmide sócio-político-econômica do seu tempo; por uma jovenzinha sem vez e sem voz, em meio a uma cultura patriarcal e machista; e, principalmente, por uma criança, um bebê recém-nascido, desprotegido, ameaçado de ser enxotado, forte candidato a ser jogado no lixão (Geena)…

E tudo isso se passa na periferia do mundo. Num lugarejo desimportante, esquecido pelo mundo no fundo do tempo, mas que está no centro geográfico do coração de Deus.

Emanuel é isso: Deus conosco, Deus entre nós, Deus em nosso meio, Deus dentro de nós, Deus nos lugares mais improváveis e desprezíveis. Jesus, aquele que salva o povo de todos os pecados, os pessoais, os sociais, os institucionais. Um bebê no colo da humanidade: cordeirinho de Deus que tira o pecado do mundo.

Rev. Luiz Carlos Ramos
Para o Quarto Domingo do Advento
| Ano A, 2016/2017

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5 Comentários

  1. Bom dia Rev Luís, hoje me deparei com seu site. Obrigada pela partilha é muito bom- Que Deus continue lhe abençoando.

  2. Boa tarde!

    Caro rev.Luiz ,
    Agradeço as postagens eu e rev.Daniel, nos nutrimos desses materiais, e o mais legal o Marcos Pedroso, adora quando partilhamos essas meditações, imagens, e liturgias em nosso site! Apenas gostaria que pudéssemos partilhar com mais pessoas, mais no formato que está não consigo copiar, e sinto que na igreja nossas liturgias poderiam ser enriquecidas com seus materiais postados!

    Rev.Isaque de Góes Costa -IPU/BSB

    • Obrigado pelo incentivo, Rev. Isaque.
      Não entendo porque não consegue compartilhar. Você tanto pode compartilhar o link da página quanto selecionar o texto, copiar e colar no local que você quer publicar.
      Se puder, me passe mais detalhes da dificuldade que está encontrando.
      Forte abraço, extensivo ao estimados colegas DANIEL e Marcos Pedroso.
      Luiz

  3. Luiz quero agradecer-lhe por tão belas mensagens disponibilizadas aqui.
    Parabéns e que Deus continue a lhe iluminar com belas e boas palavras.

    • Obrigado pela consideração, querido amigo Jovanir.
      Guardo as melhores lembranças do nosso tempo de convivência na Universidade.
      Abraço grande.
      luiz

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