Feliz aniversário, Phyllis!
Eclesiastes 3.1-8
Tudo tem seu tempo certo;
há tempo para todo o propósito de Deus.Tempo de nascer, tempo de morrer;
tempo de plantar, tempo de colher;
tempo de destruir, tempo de construir;
tempo de chorar, tempo de sorrir;
tempo de abraçar, tempo de partir;
tempo de calar, temo de falar;
tempo de lutar, tempo de fazer as pazes.
* * *
Se eu tivesse que sintetizar a vida-e-obra de Phyllis Reily em uma única palavra, eu escolheria a palavra ARTE.
Há tempo para tudo, diz o sábio no Livro Sagrado, mas esse tudo pode ser feito de diferentes maneiras:
com amor ou com raiva
com alegria ou por obrigação
com pressa ou com calma… etc.
Mas o que distingue o que fazemos do que fazem os animais, e mesmo do que fazem outros seres humanos, é quando fazemos o que fazemos com arte.
É por isso que a maior de todas as descobertas da arqueologia e da antropologia, na minha opinião, foi aquela mão desenhada na parede de uma caverna.
Quem a teria desenhado? Um homem? Uma mulher? … Provavelmente, uma criança!
A habilidade e a destreza das mãos humanas, diferente das patas dos animais, nos tornaram Homo Faber. E construímos ferramentas, alavancas e rodas.
A partir do pensamento sobre como fazer coisas, pudemos um dia pensar sobre o próprio pensamento. Tornamo-nos então Homo Sapiens. E elaboramos teorias, escrevemos livros e conhecemos o conhecimento.
Descobrimos também que há mais a se esperar da vida do que trabalhar e pensar: É possível se ter prazer ao viver. Descobrimo-nos então o Homo Ludens. E passamos a brincar, jogar e a nos divertir.
Mas a maior de todas as autodescobertas humanas, a partir do dia em que aquela criança desenhou pela primeira vez sua mão nas cavernas, foi a descoberta de que as mãos humanas não servem só para trabalhar, escrever vou brincar. Foi a tomada de consciência de que as mãos humanas servem, primeiro e acima de tudo, para nos fazer felizes. E foi assim que nos descobrimos Homo Artisticus. E pintamos quadros, compusemos sinfonias, edificamos catedrais, escrevemos poemas…
Phyllis conta que, quando chegou ao Brasil, as pessoas tinham dificuldade para entender e gravar o seu nome, tão incomum numa terra de marias, isabeis e joanas. Mas isso logo se resolveu quando ela se deu conta de que, por uma feliz coincidência, seu nome soava muito parecido com a palavra luso-brasileira FELIZ. A partir de então ela nunca mais teve dificuldades para se apresentar aos seus irmãos e irmãs brasileiros. — Sou Phyllis, sou Feliz!
Entre nós, sua vida tem sido marcada pelas melhores qualidades e habilidades que alguém pode apresentar:
Como Phyllis Faber, constituiu família, construiu igrejas e formou comunidades, trabalhou e continua trabalhando pela justiça e pela paz, especialmente entre os mais pequeninos da nossa sociedade.
Como Phyllis Sapiens, aprendeu e ensinou, ministrou cursos, escreveu e continua a escrever livros, poemas e canções.
Como Phyllis Ludens, alegrou-se e ainda nos alegra com suas brincadeiras, jogos e criatividade inesgotável.
Como Phyllis Artisticus, ou melhor dizendo, como Phyllis Feliz, nos deu e ainda continua a nos oferecer o seu melhor: a sua arte.
Dizem que os chineses, ao escrever a palavra ARTE, usam dois caracteres: um, significando CONHECIMENTO; e o outro, BELEZA. Isso para deixar claro que a arte não surge por acidente, mas é o resultado do esforço de alguém que intencionalmente coloca seu conhecimento a serviço da beleza.
Obrigado, Phyllis, por compartilhar conosco seu conhecimento e suas belas-artes e por fazer nossa vida mais feliz e mais bela.
FELIZ aniversário, PHYLLIS!
Rev. Luiz Carlos Ramos†
Proferido no Culto de Ação de Graças pelo aniversário de 90 anos de Phyllis Reily.
Igreja Presbiteriana, Campinas, Barão Geraldo, 6 de janeiro de 2017.
É muito bom saber que a Dona Phyllis tenha tocado nossas vidas cada uma a seu tempo e de maneiras diferentes mas, a descrição feita por você Luís é a mais idêntica com a que Eu faria obrigada pela partilha. continuarei mantendo e a tenho sempre presente em minha vida. Ficou gravada e continuará em mim e em toda a minha família que podemos partilhar todos os dias o grande carinho e aprender com a Avó, amiga e professora muita coisa.
Valeu Luís.
Teresa da Silva Neto
Excepcional a forma como você descreve a fenomenal D. Phyllis. É exatamente assim como a tenho gravada em minha vida e em meu coração. Abraço Luiz Carlos.
A Phyllis continua muito presente entre nós por meio das suas obras e de sua arte.
Forte abraço, Helena.