Tome a sua cruz
Marcos 8.34: Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. (ERAB)
“Tomar a cruz” de Cristo pode adquirir diferentes conotações para quem quer seguir a Jesus. Em tempos de perseguição ideológico-religiosa, pode significar, literalmente, a morte. E em tempos de relativa paz e liberdade religiosa, pode adquirir contornos metafóricos e artísticos, tal como a cruz na torre, na fachada ou no altar de um templo, ou ainda o costume que alguns têm de carregar na lapela ou pendurada ao pescoço uma estilização da cruz, ou ainda o gesto da persignação (traçar sobre si o sinal da cruz). Todas essas são maneiras de dizer, sem palavras: “Eu tomo sobre mim a cruz de Cristo!”
Jesus, diante da consciência que tinha de sua missão como Messias/Cristo, teve que decidir entre fazer a vontade que ele sabia ser a de Deus e a sua própria, e mesmo a dos seus bem intencionados amigos. Teve de optar entre permanecer leal aos princípios do Reino, ou render-se aos interesses do Império. Jesus optou pelo Reino, a despeito da cruz.
E para nós, em nosso contexto, o que significa “tomar a cruz”?
Será isso “negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir”? Que toda vez que a nossa vontade “cruzar” com a vontade de Deus, e tivermos consciência disso, a despeito dos nossos interesses pessoais e dos conselhos dos nossos bem intencionados amigos (aquela turma do “deixa-disso”), devermos nos encher de coragem e optar pela vontade de Deus, e arcarmos com as consequências?
Luiz Carlos Ramos
Pregado pela primeira vez na Igreja Metodista em Pirassununga,
no dia 1.º de março de 2015, 2.º Domingo na Quaresma (Ano B). © 2015 by Luiz Carlos Ramos